domingo, 1 de agosto de 2010

“Só omissos, acomodados e egoístas não correm risco”, diz Giannotti

Texto publicado em 06 de Julho de 2010 - 02h33

por Claudia Santiago

O deputado Luiz Carlos Hauly (PSDB-PR) apresentou na Câmara dos Deputados um projeto que afeta diretamente o movimento sindical. De acordo com a proposta, um dirigente sindical que tenha sido condenado pela Justiça por ter participado de um piquete ou de uma greve, considerada ilegal, por exemplo, não poderá mais assumir cargo de direção no seu sindicato. O mesmo vale para lideranças de movimentos sociais.

Em sua argumentação, o parlamentar diz o seguinte: “Recentemente, a Câmara dos Deputados aprovou o projeto ficha limpa...a presente proposição objetiva, de modo análogo, estabelecer critérios semelhantes para os que ocupam cargos de direção ou em conselhos de administração e fiscais em pessoa jurídica de direito privado sem fins lucrativos, entidade de utilidade pública, entidade de classe ou sindical, associação legalmente constituída, organização não–governamental...”.

O escritor e ex-metalúrgico Vito Giannotti considera que, neste caso, ” ficha limpa só terão os individualistas, os egoístas, os omissos. Todo idealista que arrisca sua vida por uma causa coletiva ou por um ideal que possa mudar os rumos do mundo no qual vive, por este projeto, passará a ser um cara inelegível. Aqueles que se preocupam apenas com suas vidinhas medíocres e estão se lixando para o caminhar da humanidade, só estes não correm o risco de ser condenado por defender os interesses de sua categoria, de seus companheiros de bairro, de partido ou movimento”.

É que segundo a proposta de lei todos os que estão ao lado de causas sociais correm o risco de ficar impedidos de assumirem a direção de suas organizações. Este seria inclusive, segundo Giannotti, o foco central do projeto.

Em entrevista ao site do Instituto Humanitas Unisinos, o líder do MST, João Pedro Stédile afirma que a proposta significa “criminalização total dos movimentos sociais”.

Nenhum comentário: