sábado, 31 de julho de 2010

Esperanças em declínio

SILVIANO SANTIAGO - O Estado de S.Paulo

Acesse o Google. No retângulo designado à pesquisa, insira o nome de político com importância no cenário nacional. Acompanhe-o da palavra narcisismo. A tela será tomada por uma enxurrada de citações. Não há jornal, site, ou blog que não lhe forneça rico material. Em seguida, insira o nome de figura notória das artes e dos esportes. Não será diferente o resultado. Na sociedade midiática e informatizada, o narcisismo ata o político à pessoa notória e, ao definir a ele e a ela de celebridade, os individualiza.

Vulgarizado o termo, pergunta-se quando, como e por que ele ganhou o contexto sociopolítico e econômico. Há 31 anos, o sociólogo Christopher Lasch (1932-1994) tomava o termo de empréstimo à teoria de Sigmund Freud sobre o "narcisismo secundário". Segundo ele, o nó górdio da sociologia estava na nova onda de individualismo. Numa década de esperanças em declínio, o sujeito recalca a autoestima baixa e a raiva, para impor como moeda corrente a imagem grandiosa de si mesmo. Ao usar o outro como objeto de autogratificação, o narcisista está, na verdade, a reivindicar a aprovação e o amor da sociedade.

Christopher Lasch intitulou seu estudo de A Cultura do Narcisismo - A Vida Americana Numa Era de Esperanças em Declínio (1979). No Brasil, o best-seller foi publicado em 1983 pela Editora Imago. A edição tornou-se raridade e os sebos a oferecem por R$ 250.

Com a metralhadora giratória freudiana, na qual sobressai algum chumbo grosso marxista, o sociólogo varre a cena americana, recém-liberada dos horrores da Guerra do Vietnã, ainda às voltas com a renúncia do presidente Nixon e a enfrentar a escassez de petróleo em casa e as violentas represálias aos seus diplomatas no mundo muçulmano. Recessão e inflação batem à porta e reacendem o narcisismo dos líderes. Relembra a fala farsesca do presidente Kennedy diante de Kruchev em Viena (anos 1960) e as trapaças retóricas do presidente Nixon frente a uma nação que lhe era invisível (anos 1970). Dos líderes, o narcisismo se transfere para os cidadãos, só dispostos a agir em público quando a autoridade política os desaponta.

Lasch critica as forças do Partido Republicano. Ao se retirar o esporte das quadras estudantis e anular a torcida de parentes e vizinhos, o jovem desportista vira figura midiática solitária, valorizado na publicidade das commodities. Também critica os democratas. Sob o paternalismo do Estado, acolhem o pluralismo racial e cultural. Encaminhar o jovem na vida deixa de ser atributo da família. Transforma-se em prerrogativa das agências de controle social. Os laços familiares cedem o lugar ao bem-intencionado e funesto assistente social, e as escolas públicas entregam profissionais iletrados à sociedade. O racismo de jure do sul se casa com o racismo de facto do norte. Encarar a atualidade implica também analisar o modo como estão envelhecendo mal os líderes estudantis do câmpus de Berkeley e de outras universidades.

O terrível diagnóstico de Lasch é ratificado no discurso sobre o mal-estar dos cidadãos americanos (malaise speech), proferido pelo presidente Jimmy Carter em 1979. Diante da nação, Carter verbaliza a ansiedade geral através de mil e uma falas de populares, que cita. O presidente as sintetiza: "Numa nação que tinha orgulho do trabalho braçal, dos laços familiares fortes, das comunidades fraternas e da fé em Deus, muitíssimos de nós tendem hoje a venerar a autocomplacência e o consumo."

Importante na elaboração do conceito de narcisismo é o modo como Lasch o desentranha da derrocada do individualismo empresarial, desde sempre abonado pelo mito do sonho americano. Para desenhar o declínio da força do indivíduo, até então canalizada para o negócio e o enriquecimento rápido, o sociólogo invoca o ideólogo da mobilidade das classes baixas, Horatio Alger (1832-1899). Foi ele o popular romancista das centenas de histórias de pobres que se tornam ricos (ragged to riches stories). Na falência do espírito Horatio Alger, Narciso abria a válvula de escape.

O anônimo indivíduo de sucesso se deixa fascinar pela fama. Diz Lasch: "São tipos em extinção o megaempresário que vive na obscuridade pessoal e o capitão da indústria que nos bastidores controla o destino de nações." Entre os mortais, evita-se a competição, perde-se a credulidade, são desqualificadas as relações pessoais, tornando-as transitórias. "Straights by day, swingers by night" (caretas de dia, descolados à noite) em As Contradições Culturais do Capitalismo (1976), o sociólogo Daniel Bell, teórico da sociedade pós-industrial, prenunciara as análises de Lasch.

Numa década de esperanças em declínio, o lucro e as virtudes protestantes, de que Max Weber fora o porta-voz, não mais despertam o entusiasmo dos cidadãos. Abandona-se a salvação pelo trabalho e, como alternativa individual e salutar, adota-se a sensual terapia corporal. Na autobiografia Crescendo aos Trinta e Sete (1976), Jerry Rubin, o anarquista do grupo dos Chicago 7, escreveu que, de 1971 a 1975, tinha experimentado terapia gestalt, bioenergética, comida natural, tai chi, hipnotismo, dança moderna, meditação, acupuntura, terapia sexual, etc. Aos 37 anos se sentia como se tivesse 25. Rubin, como outros ex-radicais, conseguia trocar os slogans revolucionários pelos terapêuticos, com igual desrespeito aos dois.

"Rápidas e sucessivas mudanças sociais por um longo período de tempo", Lasch observa conservadoramente, "criaram nos Estados Unidos da América o desemprego, desvalorizaram a sabedoria dos mais velhos e desrespeitavam todas as formas de autoridade, incluindo a autoridade da experiência.

Argentina vê Tevez, e não Messi, como o novo ídolo popular

02 de julho de 2010 • 16h21 • atualizado às 16h44

Consagrando-se com o título de "jogador mais popular" depois de apresentar boas atuações na seleção argentina, o atacante Carlos Tevez é o mais cotado pelo povo como o sucessor de Maradona, ao invés de Lionel Messi, artilheiro da Copa.

Para o sociólogo Pablo Alabarces, autor de vários ensaios sobre a influência social do futebol, os torcedores argentinos não veem Messi como o sucessor de Maradona, mas Tévez, cuja personalidade lutadora e a origem humilde lembram a história do ídolo argentino.

"Sem dúvida nenhuma, Tévez é o mais "maradoniano" dentre os jogadores e por isso a população o vê como o jogador mais popular do povo", disse Alabarces em entrevista nesta sexta-feira.

"Messi não ocupará o lugar de Maradona porque é o menos argentino dentre os jogadores da seleção, já que ele não se destacou em nenhuma equipe nacional", declarou o sociólogo, acrescentando que o atacante "está em dívida com o público argentino, e não o contrário".

O sociólogo Roberto Di Giano também sustenta essa ideia e acredita que Messi é "tímido e correto demais para as multidões". E apesar de acreditar que o jogador carece das "potencialidades do Maradona", ele vê dificuldades em eleger um substituto do atual técnico da seleção em campo.

"Quando Maradona era jogador, havia mais consenso em louvá-lo.Agora, a comunidade esportiva está muito mais dividida para escolher o novo sucessor", lembrou Di Giano, especialista em sociologia do futebol.

A popularidade de Tévez disparou na Argentina, esta semana, depois do atacante fazer dois gols no jogo contra o México, pelas oitavas de final.

Além disso, a história de superação pessoal do jogador, criado em um dos bairros mais pobres de Buenos Aires - bairro conhecido como Fuerte Apache - atrai os olhares do povo argentino do mesmo jeito que Maradona o fez mostrando uma personalidade "sedutora e transgressora", como citou Di Giano.

O sociólogo considera que Maradona é um dos poucos "representantes populares que a Argentina tem", e que ele "chegará mais alto ainda se a equipe for campeã".

"Esta é a primeira seleção na qual a grande estrela é o técnico.Maradona é um para-raios e isso aumenta a pressão dos jogadores. Não devemos nos esquecer que Diego ficou mais de 30 anos vivendo com uma arma apontada em sua nuca", disse.

Final de semestre letivo

A educação escolar brasileira vai de mal a pior. Esse momento de final de semestre é propício para discutirmos a tragédia que vivenciamos na área do conhecimento.
Os profissionais da educação estão cada vez mais perplexos e confusos com a inversão de valores e o excesso de deseducação travestida de modernismos.
Os culpados são todos os que se omitem diante da situação. Por um lado temos milhares de pessoas que acreditam na educação escolar como o melhor caminho para a promoção humana, trabalham para que ela seja eficiente e lutam para que ela seja transformada e transformadora. Por outro, há milhares de alunos relapsos e desmotivados, pais irresponsáveis e omissos, profissionais da educação despreparados e descompromissados, instituições educacionais dirigidas por gente que está cansada da sala de aula e busca tranquilidade e prestígio na burocracia estatal. Os primeiros sofrem por serem minoria.
Mudanças precisam ser operadas desde as concepções de educação, família, Estado e ser humano até os procedimentos mais corriqueiros da prática escolar.
As instituições estatais de educação estão infestadas de gente fazendo experiências com os filhos dos outros. Vejamos um – só um – caso de política pública em que os agentes educacionais, na ânsia de resolverem o problema, pioram a situação. O MEC, partindo do pressuposto que o problema está na formação de professores, optou por sucessivas reestruturações dos cursos superiores de licenciatura, aumentando as cargas horárias das disciplinas pedagógicas em detrimento daquelas que compõem o currículo básico das ciências específicas (História, Geografia, Matemática, Letras, etc.). Suprimiu/diminuiu, também, as cargas horárias das disciplinas chamadas auxiliares e que são fundamentais para a compreensão de qualquer ciência e da “clientela” escolar: Psicologia do Desenvolvimento da Infância e da Adolescência, Psicologia da Educação, Filosofia e História da Filosofia, Sociologia Geral, Sociologia das Comunicações, Sociologia da Educação, Antropologia (cultura e identidade), Ciência Política e, nos tempos modernos, Ciências da Informação.
A situação é esdrúxula. Imagine que o Curso de História, por exemplo, não oferece as disciplinas acima mencionadas e a História Antiga tem que ser dada em sessenta horas letivas. Isso mesmo! Sessenta horas para ensinar os conteúdos de Pré-História, das civilizações egípcia, persa, mesopotâmica, hebraica, cretense, fenícia, grega e romana, chinesa, indiana. Este é um pequeno exemplo de um grande problema que afeta todas as licenciaturas.
Resumindo: a estrutura dos cursos de licenciatura está vazia dos conteúdos teóricos necessários à sua compreensão. A sobrecarga horária de disciplinas pedagógicas nada mais é do que um remendo, inventado pelos burocratas da educação escolar, para corrigir um sistema cada vez mais vazio de conteúdos e de valores.
Ora, se a educação escolar é responsabilidade do Estado e há problemas em todas as instâncias – do ensino infantil ao superior – então se faz necessário mudar a concepção de educação na sua estrutura institucional. Por isso, as eleições de 2010 ganham relevância. Todavia, há que se discutir concepções e procedimentos.
Tal discussão não pode ser restrita às eleições. Tem que ser feita na família, nas igrejas, nas comunidades, nas associações, nas escolas, em todo lugar. Ou seja, a população tem que ter coragem de impor sua vontade.
Não é mais possível aceitar mudanças aparentes ou para pior. Se for necessário retomar práticas antigas que eram eficientes, que se faça isso com coragem e sabedoria, adequando-as à nova realidade social. Se for preciso implantar algo novo, que não sejam respeitados os argumentos dos políticos tratam da educação como se ela fosse uma mercadoria.
Basta de propostas que são remendos mal alinhavados, de estatísticas mirabolantes que nada representam e de políticas de certificações que só servem aos interesses pessoais de gente que não tem compromisso com Gente.
É hora de fazermos enfrentamentos! Ou condenados pela nossa indiferença.

(*) Paulo Augusto Mário Isaac – Professor da UFMT, mestre em Educação Pública e Doutor em Ciências Sociais

A caixa que mudou o mundo

Texto publicado em 06 de Julho de 2010 -

por Carla Diéguez
Desde seu lançamento, em 2006, muito se falou do livro do economista e ex-editor do The Economist Marc Levinson. Intitulado The Box: How the Shipping Container Made The World Smaller and the World Economy Bigger, foi traduzido para o português em 2009 pela editora portuguesa Actual.

O livro é muito interessante, pois pela primeira vez traz a história da construção e implantação do container no comércio mundial. Entretanto, considero que o autor supervaloriza o container como o grande revolucionário do sistema portuário internacional e, consequentemente, da economia global. Não que eu descarte a responsabilidade dele neste processo, entretanto considero que existem outros elementos que permitiram que o container revolucionasse o processo produtivo nos portos e a economia global.

Um destes elementos é a conjuntura econômica da época de surgimento do container. Segundo Levinson, a primeira viagem de um container foi em 1956, ou seja, 11 anos após o final da 2ª Guerra Mundial. Os containeres foram formas de desenvolver o comércio local de muitas regiões atingidas pela guerra e que careciam de um desenvolvimento acelerado.

Além disso, o container toma maior força nas décadas de 1970 e 1980, quando muitos países passaram a adotar projetos políticos liberalizantes, com redução de custos trabalhistas e privatizações. Neste contexto, os portos são pontos de destaque, pela alta mobilização dos trabalhadores, conseguida pelo processo de trabalho manual, que requeria um grande número de trabalhadores. Desta forma, o container contribui para a redução deste contingente e, consequentemente, para a implantação destas políticas.

Realmente o container é a caixa que mudou o mundo, entretanto, podemos dizer que apenas porque o mundo também permitiu que ele o mudasse.

Referência bibliográfica
LEVINSON, Marc. The Box: how the shipping container made the world smaller and the world economy bigger. Princeton/USA: Princeton University Press, 2006

Mais de metade dos portugueses não usa internet

por Ana Rita Guerra, Publicado em 08 de Julho de 2010

Apenas 44,6% dos inquiridos declarou aceder à rede. Desinteresse e falta de conhecimento são principais motivos para afastamento

Não chega a 45% o número de portugueses que usam a internet, apesar de todos os incentivos à aquisição de computadores e de banda larga que foram dados nos últimos anos. O indicador consta de um estudo feito pelo Centro de Investigação e Estudos de Sociologia (CIES), do ISCTE, que foi apresentado ontem durante a 11ª conferência anual do World Internet Project, em Lisboa.

Segundo o estudo, 55,4% dos portugueses não usam a internet - e destes, mais de metade não tem qualquer intenção de um dia vir a utilizar. Mais: o principal motivo apresentado (44,4%) é falta de interesse e de utilidade da rede. O desconhecimento de como se usa afasta 26,3% dos portugueses, mas apenas 10,2% apresenta como razão não ter computador ou acesso. Isto significa que os esforços dos últimos executivos até deram frutos na generalização da tecnologia, só que muitos portugueses não estão para aí virados.

A idade desempenha, obviamente, um papel importante nestes dados. A maioria dos não utilizadores tem mais de 65 anos (25%), seguida da faixa etária entre 55 e 64 anos (12,8%) e dos 45 aos 54 anos (11,4%). E porquê? "Falta de literacia, de conhecimento e de formação", segundo comenta Gabriel Coimbra, analista da consultora IDC. Algo que não acontece noutros países, por exemplo os nórdicos, onde as populações séniores são fortes utilizadoras da internet. Além disso, salienta o especialista, os programas de incentivo do governo incidiram sobretudo nas camadas mais jovens, que têm aproveitado essa disponibilidade tecnológica. Ainda assim, a IDC tem uma estimativa mais elevada - entre 55% e 60% da população será utilizadora da net.

Um dos dados mais significativos deste estudo, que foi conduzido pela Metris GfK, refere-se aos hábitos dos portugueses nas redes sociais. O Hi5 continua a ser rei e senhor da internet, com 75,6% das preferências, mostrando uma capacidade notável de resistência aos ataques do Facebook (que conquista 70,2%). O Twitter, com 13,9%, o MySpace com 11,7% e o Orkut com 10,2% completam o top cinco.

Amigos nas redes Outro dado importante: perto de 50% dos utilizadores destas redes sociais tem mais de 100 contactos nas suas listas de amigos. Quase todos justificaram o seu registo com "a possibilidade de partilhar ideias, vídeos e fotos, fazer contactos com outras pessoas e reforçar os laços sociais já existentes no mundo offline".

Os dados também incluem o LinkedIn, uma rede social virada para os contactos profissionais. Embora tenha apenas 1,6% de preferências, o LinkedIn representa a maior discrepância nos utilizadores: 80% são do sexo masculino.

Olhar privilegiado

terça-feira, 6 de julho de 2010 7:00

Ângela Corrêa

O sociólogo José de Souza Martins, de São Caetano, expõe ao público a partir de hoje uma faceta menos conhecida de grande parte do público. Professor emérito da FFLCH (Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas) da USP, Martins costuma ser mencionado por sua capacidade como observador em livros (um deles é Sociologia da Fotografia e da Imagem) e estudos que dialogam com a fotografia. Pois na mostra "Câmera Nômade", em cartaz na Pinacoteca Municipal de São Caetano, ele exibe, literalmente, o olhar privilegiado que exercita desde a adolescência.

"Nesta exposição há algumas das primeiras fotos que fiz em épica e solitária viagem ferroviária através de São Paulo, Mato Grosso e Bolívia, até as ruínas da cidade pré-incaica de Tiahuanacu, perto do Lago Titicaca e da fronteira com o Peru. Praticamente atravessei a América do Sul, em janeiro de 1958", relembra.

Martins não dissimula em seus trabalhos seu papel como observador social. "Está presente em muitas de minhas fotografias. Mas cada vez mais interesso-me por detalhes, formas e texturas", pondera.

Um clima soturno está presente em várias das imagens, captadas à noite ou em dias chuvosos, de baixa claridade. "São fotografias da solidão e do vazio. Essa é a razão pela qual gosto de fotografar em Cambridge, Inglaterra, cidade onde vivi em várias ocasiões, de cuja universidade fui professor", lembra, destacando que na cidade medieval escurece cedo e chove muito, proporcionando sombras e pouca luminosidade.

A mostra tem 100 imagens em preto e branco feitas em diversas viagens pelo Brasil e Estados Unidos, além da América do Sul e da Europa, claro. As imagens foram produzidas com filme fotográfico, de 35 mm. Embora o filme seja a preferência do sociólogo, no cotidiano ele se utiliza de uma câmera digital, mais prática.

Na lista dos momentos captados, paisagens e detalhes belíssimos do centro paulistano, como a sombra do parapeito do viaduto Santa Efigênia refletida no chão.

Em visitas a Paranapiacaba, o sociólogo conseguiu brilhantes imagens de trilhos e ruínas cobertas pela famosa neblina da Vila.

Câmera Nômade - Exposição. Abertura hoje, às 19h30. Até 14 de agosto. Na Pinacoteca de São Caetano - Av. Dr. Augusto de Toledo, 255. Tel.: 4232-1237. Entrada franca

A música de volta à escola

Depois de quase quatro décadas em extinção no currículo escolar, disciplina de musicalização volta ao ensino a partir do ano que vem
aria Gizele da Silva, da sucursal Ponta Grossa - Colaborou Pollianna Milan

A música não faz bem apenas para os ouvidos. Ajuda também a criança a desenvolver a coordenação motora, a expressão corporal, o raciocínio e a matemática. Esta nova visão sobre os benefícios da musicalização ajudou na aprovação de uma nova lei que vai entrar em vigor no ano que vem: todas as escolas terão de incluir a disciplina de Música no currículo escolar.

Quem já teve contato com a disciplina, como a estudante Nicolle Heep, 13 anos, percebe os benefícios. “Comecei tocando violino, passei para a flauta e o piano. Hoje consigo ter mais concentração e muita facilidade para aprender os conteúdos”, diz Nicolle. A mãe de Nicolle, Lirian Hepp, sempre incentivou os três filhos a tocar instrumentos. “Eles nunca precisaram de reforço escolar. Não sei se podemos dar o mérito apenas à música, mas acho que contribui bastante”, diz Lirian.
A Música existiu nas escolas até 1972. Depois disso, foi incluída timidamente nas disciplinas de Educação Artística e Arte. A velha visão polivalente da matéria agora será substituída pela lei 11.769, de 2008, que alterou a Lei de Diretrizes e Bases e incluiu a música como ensino obrigatório em 2011.

A lei é sucinta. Não cita para quais séries é destinada nem o formato e o conteúdo das aulas. O Ministério da Educação (MEC) recomenda apenas que os alunos recebam noções básicas de música, dos hinos cívicos, dos sons de instrumentos de orquestras e os sons folclóricos e regionais. As diretrizes mais específicas serão traçadas pelos conselhos municipais e estaduais de Educação.

Para o professor, músico e escritor Guilherme Campos, do Colégio Dom Bosco, o ideal seria que a música fosse ensinada do primeiro ao nono ano do ensino fundamental. No ensino médio deveria ser uma disciplina optativa.

Como a disciplina de Musi­calização existe há 20 anos no Dom Bosco, definiu-se um currículo em três etapas. Crianças até a 2.ª série trabalham com a sensibilização para os ritmos, instrumentos, melodias e sons mais intensos e outros mais fracos. A partir da 3.ª série tem contato com a flauta como instrumento e na 8.ª e 9.ª série trabalham o canto. “A flauta é ideal como instrumento musicalizador porque é fácil de tocar e de ser adquirida. Temos ainda uma sala com piano e os alunos podem trazer os instrumentos que quiserem”, explica Campos.

A presidente da Associação Brasileira de Educação Musical, Magali Oliveira Kleber, diz que é importante que a música seja tratada pela escola como produção de conhecimento e que as propostas pedagógicas levem em conta as raízes culturais regionais. Para Magali, a retomada da educação musical é fruto do trabalho de gerações de educadores e deve ser aproveitada ao máximo.
Trabalhar a música como meio de integração de grupo, respeitando as limitações de cada um, é outro aspecto que Campos defende. “É como no esporte, alguns alunos têm mais aptidão. Contudo, dá para trabalhar com todos.”
Com o retorno do ensino de música, os professores acreditam que a escola vai cumprir o objetivo da formação integral. O vice-coordenador do curso de Música da Universidade Federal de Ponta Grossa (UEPG), Rogério de Brito Pergolb, afirma que sem o ensino formal da música o aluno acaba aceitando pacificamente tudo o que a mídia lhe oferece.

O diretor do conservatório municipal de música de Ponta Grossa, Jairo Ferreira, acrescenta que o aprendizado da música oferece disciplina e concentração. “A música faz parte da formação do ser humano. Hoje o Brasil é carente de ética e disciplina e eu acho que o ensino da música tem muito a contribuir”, opina.

Entre os candidatos ao pleito de outubro no DF, 75% são homens e 47,9%

Juliana Boechat

Publicação: 11/07/2010 08:12 Atualização: 11/07/2010 09:11

Os candidatos que concorrerão aos cargos públicos do Distrito Federal nas eleições de outubro deste ano seguem um padrão. O levantamento feito pelo Correio mostra que grande parte das pessoas lançadas ao governo é homem, tem aproximadamente 45 anos, cursou a universidade e nasceu no DF. Especialistas em sociologia e em políticas públicas acreditam que o tipo comum de político é escolhido pelos partidos e lançados à vontade da população. Os eleitores, então, devem escolher entre as opções disponíveis em quem vão depositar o voto de confiança nas urnas. Apesar da regra de que 30% dos candidatos lançados pelas coligações devem ser mulheres, na corrida para a Câmara Legislativa apenas 24,9% são do sexo feminino. A esmagadora maioria (75,1%) é composto por homens. Significa dizer que, para cada candidata, há três homens na disputa.

O professor de sociologia da Universidade de Brasília (UnB) Eurico Santos acredita que a principal questão é descobrir porque os partidos estão apresentando esse tipo de político à população e, então, o motivo de os eleitores votarem nos candidatos padronizados. “Há uma oferta nesse sentido por parte das legendas. Em segundo plano, devemos entender que a demanda da população tem uma escolha a fazer sobre essa oferta que está aí”, acredita.

Segundo ele, os partidos escolhem os homens de aproximadamente 45 anos e graduados porque este tipo de gente domina as estruturas partidárias. E, de forma secundária, o professor ressalta a afinidade da população com os traços culturais desses rostos políticos. “Os homens estão nas famílias e as mulheres sofrem cada vez menos preconceitos tradicionais. O problema é que poucas mulheres ainda estão interessadas na política.” Um estudo citado por Santos mostra que não há grandes diferenças na atuação parlamentar de homens e mulheres.

O especialista em políticas públicas da Universidade Católica de Brasília (UCB) Emerson Masullo acredita que a participação da mulher na política é uma tendência. “A quantidade de mulheres ainda é pequena. Mas seria uma boa opção. A mulher tem facilidade de realizar mais de uma tarefa ao mesmo tempo e de ser mais reflexiva do que reativa”, defendeu.

Para ele, a maioria dos candidatos do Distrito Federal têm nível superior completo porque a população está inserida no serviço público. Masullo defende que a localidade também é um fato a ser considerado. “O candidato daqui da terra pelo menos cresceu e conhece de perto a sociedade em que vive. O risco da demagogia, em tese, seria menor. Esses candidatos que estão na faixa etária são filhos da terra”, considera.

Sociólogo Gilberto Freyre abre o livro de sua vida

Cristie Buchdid
Do Diário do Grande ABC

A sinceridade na revelação de cada momento difícil, de preocupações, de suas dores e amores, constrói ambiente íntimo entre o leitor e o autor, Gilberto Freyre (1900 - 1987), em sua obra autobiográfica De Menino a Homem - De Mais de Trinta e de Quarenta, de Sessenta e Mais Anos (Global, 256 págs., R$ 59).

Nos relatos, muitos deles em primeira pessoa, tem-se a impressão de que o ícone da sociologia que dedicou a vida a entender o que era o Brasil mantém conversa confidencial com o leitor.

Os manuscritos localizados no Centro de Documentação da Fundação Gilberto Freyre, em Recife, cidade onde nasceu e morreu, oferecem reflexão intimista de sua vida pessoal, acadêmica e política nas décadas de 1930 a 1980. Pode ser considerado continuação de Tempo Morto e Outros Tempos, diário publicado em 1975 que conta sua adolescência e primeira fase da vida adulta, de 1915 a 1930.

Boa parte da obra De Menino a Homem é dedicada aos anos 1930, década que começou com um ‘golpe'' para o clã Freyre. "A Revolução de 1930 alterou o cenário político em Pernambuco. Acusado pela Aliança Liberal de envolvimento no assassinato de João Pessoa (...), o governador Estácio Coimbra foi forçado a exilar-se na Europa. Gilberto Freyre, que desde 1927 assumira o cargo de oficial de gabinete de Estácio Coimbra, seguiu com ele num navio para Lisboa", cita o historiador Gustavo Henrique Tuna em nota no livro. No mesmo 1930, a casa dos pais de Freyre, no Recife, foi assaltada e queimada por integrantes da Aliança. No exílio amargo, conheceu até mesmo a fome.

O recomeço de vida veio com o convite inesperado para ser professor na Universidade de Stanford, nos Estados Unidos. "Minha recuperação pessoal tendo começado no estrangeiro em 31 - em Stanford - veio confirmar-se dez anos depois, com o casamento com Magdalena (Guedes Pereira)", cita o autor, que após a união aumentou a atividade intelectual e acentuou contatos internacionais. Outro momento marcante bem abordado é o lançamento de sua obra-mestra Casa-Grande & Senzala. Seu êxito imediato surpreendeu o autor, que às vezes distancia-se das histórias, relatando conquistas em terceira pessoa, como se buscasse tom humilde.

De Menino a Homem também traz caderno iconográfico em estilo álbum de família e anexos com artigos de Freyre publicados em jornais, revistas e outros livros.

Mulheres à procura do seu par ideal

Christiana Martins (www.expresso.pt)
11:56 Quinta feira, 15 de Julho de 2010
Era uma vez uma princesa linda, que passou por poucas e boas, até que apareceu um príncipe, bonito, bem educado e rico, que a sentou no seu cavalo. Juntos, partiram em direção ao infinito. Ah! E foram felizes para sempre. Por mais que o tempo passe, por mais que os brinquedos mudem, as primeiras histórias que muitas meninas ouvem ainda remetem para a mitologia de uma relação conjugal perfeita e sem atritos.

Mas as meninas crescem, não se transformam em princesas, e os príncipes, que não abundam, não andam a cavalo e não as levam numa viagem infinita. E, sobretudo, o casal não acaba por ser feliz para sempre. Mas o eco da história continua a ressoar em muitas cabeças, complicando a vida real. O tema pode parecer um conto da Carochinha, mas o assunto é muito sério. Capaz de gerar frustrações, porque as mulheres continuam a procurar um parceiro ideal. A sua cara-metade, o que falta para a plenitude. Esta questão transformou-se num sério tema de pesquisa sociológica.

Quem casa com quem, por exemplo, é um assunto resolvido. Em geral, as escolhas são feitas dentro do universo conhecido pelos pares. Ou seja, como explica a socióloga Anália Torres - especializada nos temas da família, género e casamento -, "os critérios de proximidade são fundamentais, e os locais de encontro surgem dentro dos mesmos grupos, como as vizinhanças, os círculos de amizade, os locais de estudo dos membros do casal". O que nos permite concluir também que as relações são a causa e a consequência do perpetuar de uma certa estratificação social.

A Internet está a provocar mudanças, porque o sítio de encontros alargou-se para o mundo todo, mas, como explica a investigadora, "há pesquisas que já demonstram que, para passar do mundo virtual aos encontros presenciais, eles e elas pedem identificações reais do potencial parceiro".

Lançada Revista Angolana de Sociologia

16-07-2010 / 12:44 / TPA
Uma Revista Angolana de Sociologia, RAS, foi lançada em Luanda, e vai publicar textos de autores angolanos e estrangeiros, que reflictam o pensamento dos sociólogos sobre as mudanças sócio – políticas e económicas do país.

A publicação pretende trazer a debate fenómenos da actualidade social angolana, a fim de contribuir para o desafio diário dos sociólogos que se propõem em apoiar na resolução dos problemas que afligem o dia – dia, dos cidadãos.

Segundo o Director da RAS, Victor Kajibanga, pretende-se desta forma fomentar o debate de ideias, bem como a produção e reprodução de saberes, que se apresentam como fragilidades da academia angolana.

De notar que, a revista que vai custar 3 mil Kwanzas, terá periodicidade semestral e conta já com três volumes publicados.

Médicos apóiam fim das palmadas

Psicólogos e pediatras defendem projeto de lei que proíbe qualquer tipo de castigo físico em crianças, e dizem que palmadas ou beliscões atrapalham o desenvolvimento mental, acabam com a autoestima e não servem como medida para educar os filhos.

Políticos guardam R$ 17 mi no colchão

O hábito de ter dinheiro em espécie está espalhado entre políticos de todos o país. Dos 1.126 candidatos (à Presidência, aos governos e ao Senado, incluindo os suplentes) que já tiveram o registro divulgado pela Justiça Eleitoral, 63 informaram ter R$ 17 milhões em espécie. O líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), declarou ter 90% do seu patrimônio "em espécie": de R$ 607 mil que informou à Justiça, R$ 545 mil estão "em poder do declarante."

O restante se resume a um terreno na praia (R$ 4.000), ações de companhia telefônica (R$ 31 mil) e saldo em conta corrente (R$ 27.856). Por meio da assessoria, Jucá disse que o valor está declarado e que não há ilegalidade. A prática não é ilegal, mas, na avaliação de especialistas em finanças domésticas, "não tem lógica" guardar dinheiro em espécie porque o dinheiro perde valor. O rendimento médio mensal da poupança, um dos investimentos mais conservadores do mercado, é de 0,5%.

20 candidatos mais ricos acumulam R$ 1,4 bilhão

candidatos a presidente nas eleições de 2006. Seria suficiente para, mantidos os custos, bancar campanhas presidenciais até 2054. A Folha pesquisou declarações de bens de mais de 6.800 candidatos a governador, vice-governador, senador e deputado federal registradas no site do TSE (Tribunal Superior Eleitoral). São R$ 4,1 bilhões nos cofres de 20 brasileiros. A soma do patrimônio de pessoa física declarado à Receita inclui propriedades rurais, participação em centenas de empresas, além de 45 carros, 78 casas e apartamentos.

Quem encabeça a lista é o neopolítico Guilherme Leal, um dos controladores da Natura, gigante dos cosméticos, que tenta sua primeira eleição como candidato a vice-presidente da República pelo PV, na chapa de Marina Silva. É o único acima da marca do bilhão na lista. O menos aquinhoado no clube dos super-ricos é o ex-ministro das Comunicações Eunício Oliveira (PMDB-CE), que tenta o Senado, com patrimônio de R$ 36,7 milhões.

Por onde andará o controle operário dos portuários?

Texto publicado em 20 de Julho de 2010 -
por Carla Diéguez

Aqueles que acompanham esta coluna sabem que estou cursando o doutorado, no qual realizo uma pesquisa sobre os trabalhadores portuários. Desta forma, venho me dedicando a leituras sobre trabalho e trabalhadores, aprendendo inúmeros conceitos necessários para a compreensão e entendimento do mundo do trabalho, entre os quais está o conceito de controle operário.

Dois autores se destacam na conformação deste conceito: Jonathan Brown e David Montgomery. Para o primeiro, controle operário refere-se tanto ao controle dos trabalhadores sobre os meios de produção, como ao controle do trabalhador sobre a sua vida de trabalho, dando-o poder para controlar não apenas a sua vida no ambiente de trabalho, mas também fora dele.

Já para David Montgomery, autor que consagrou este conceito, o controle operário está fundamentado em 3 elementos: a autonomia do trabalhador no processo de trabalho, normas sindicais que regulam o mercado de trabalho e o exercício do trabalho e o apoio mútuo entre os trabalhadores.

A partir destas leituras realizei uma breve análise sobre os trabalhadores portuários e percebi que antes da modernização, estes trabalhadores foram detentores do controle operário, com seu domínio sobre o processo de trabalho, o controle do mercado pelo sistema de closed-shop e a solidariedade característica desta profissão. Entretanto, ao tentar identificar estes elementos na atualidade, não consegui encontrar. Desta forma, não busco respostas, apenas pergunto: este controle se esvaiu ou ainda vive em algum lugar? Se ele se foi, a quem cabe a sua perda: a lei, a automação ou as entidades sindicais? Coloco estas questões para que possamos refletir o que fomos, o que somos e o que queremos.

Chacina de Acari prescreve neste domingo, após 20 anos

Publicada em 24/07/2010 às 23h10m Gustavo Goulart
Números inéditos que estão sendo usados numa tese de doutorado na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) revelam que, de 1991 até maio deste ano, 75.183 pessoas desapareceram no estado. Fábio Araújo, mestre em sociologia e doutorando no Programa de Pós-Graduação em Sociologia e Antropologia da UFRJ, sustenta que, desse total, cerca de 10% (7.518 pessoas) foram vítimas de homicídios. Em sua pesquisa, iniciada em 2008, Araújo mostra o perfil dos desaparecidos e se debruça num caso rumoroso, a chamada Chacina de Acari, que completará 20 anos nesta segunda-feira e prescreverá.
Vítimas são homens jovens, moradores de favelas

A série histórica de desaparecidos foi elaborada pelo Instituto de Segurança Pública (ISP) e mostra variações para mais e para menos ao longo dos anos. Com base nos dados, Araújo elabora um ensaio etnográfico dos desaparecidos.

- Geralmente, são homens, jovens, na faixa etária de 18 a 24 anos, e moradores de favelas. Os autores são policiais, milicianos ou traficantes. As mães de Acari (como ficaram conhecidas as mães dos 11 desaparecidos em 26 de julho de 1990) fizeram um trabalho de limpeza moral para provar que seus filhos não eram criminosos. E mesmo que fossem, não deveriam sumir ou ser executados. Há uma ideologia de que, no Brasil, bandido pode ser morto - analisa Araújo, que entrevistou 22 famílias de desaparecidos para sua tese, entre elas, mães dos jovens de Acari e também de oito sumidos de Vigário Geral em 2005.

Às 23h30m de amanhã, chegará a um fim infrutífero um dos mais intrincados inquéritos de que se tem notícia na polícia e no Ministério Público do Rio de Janeiro. Os crimes a que responderiam os responsáveis pela Chacina de Acari prescrevem nesta segunda-feira, após 20 anos. Na sexta-feira, através de e-mail enviado ao GLOBO, o MP praticamente se despediu do caso.

- Lamentável episódio, que não deve ser esquecido, para que não se repitam outros tão cruéis - disse a promotora Cláudia das Graças Mattos de Oliveira Portocarrero, coordenadora da 3 Central de Inquéritos do Ministério Público, onde está o inquérito.

Número de professores com licenciatura é cada vez menor na rede de ensino de Joinville

Educação | 27/07/2010 | 07h58min
Dez a cada 30 professores de química, física e sociologia do ensino médio das escolas estaduais de Joinville não passaram por um curso de licenciatura nestas áreas, assim como 10% dos professores das demais disciplinas.

Estes números revelam um problema nacional que atinge também a cidade: a escassez de profissionais especializados para dar aulas em matérias como geografia, inglês e artes.

O problema é mais evidente na rede pública, onde os salários e as condições de trabalho fazem da sala de aula um campo de trabalho pouco atrativo.

Sociologia do Rock

28/07/2010


UNIPAMPA Campus São Borja oferece DCG de Sociologia do Rock
A meta da disciplina complementar de graduação é fazer os estudantes pensarem de que formas a sociedade configura o rock e vice-versa. Para isso, as aulas relacionam momentos e episódios históricos às origens e desdobramentos do gênero musical. "É possível entender e estudar as alterações no mundo de 1950 para cá compreendendo o rock'n roll", afirma Beras.

Um conceito importante que vai ser usado na DCG é o de intercessor - que pode ser uma pessoa, um fato, um produto cultural - responsável por deflagrar uma mudança nas relações entre as pessoas e delas com as instituições. No caso do rock, as principais mudanças no mundo ocidental dos últimos 60 anos têm ligações com as ideias ventiladas para os jovens através das mais diversas bandas e propostas musicais - da Guerra Fria ao advento da cibercultura.

Aulas de sociologia do rock são comuns nos EUA por motivos óbvios, diz o professor, mas uma disciplina desse ramo de estudos sociais ainda não existia no Brasil - embora pesquisas em diversas áreas das Ciências Sociais abordem o gênero musical em suas ligações com a sociedade. Por isso, a DCG vai ser aperfeiçoada com a experiência obtida na versão intensiva. A dinâmica das aulas também busca inovar: além das exposições tradicionais, cinco palestras (batizadas de "Papo Rock"), ministradas pelos professores dos diferentes cursos do Campus São Borja, devem abordar as relações entre diferentes temas de estudo, como literatura e cinema, com o rock.

Outros cinco momentos especiais serão as audições críticas ("Áudio Rock"), com direito a toca-discos e clássicos do gênero musical no vinil. "Tem gente que, por incrível que pareça, não conhece de perto um disco 'bolachão'", conta o professor Beras. Finalmente, um dentre cinco filmes vai ser objeto de análise no "Cine Rock" que vai acontecer uma única vez durante a disciplina, de acordo com o plano de aulas atual.

Fonte: Assessoria de Comunicação da Universidade Federal do Pampa

Imazon diz que desmatamento na Amazônia aumentou 15% em junho

Imazon diz que desmatamento na Amazônia aumentou 15% em junho

Publicada em 27/07/2010 às 10h27m
Agência Brasil

BRASÍLIA - O desmatamento na Amazônia voltou a subir em junho, de acordo com levantamento da organização não governamental Instituto do Homem e do Meio Ambiente da Amazônia (Imazon). Os satélites registraram 172 quilômetros quadrados (km²) de desmate, aumento de 15% em relação a junho de 2009.

O Pará liderou o desmatamento no mês, com 115 km² de floresta derrubada (67% do total de junho), seguido pelo Amazonas, com 22 km² de desmate, e por Mato Grosso, que perdeu 18 km² de vegetação nativa.

Segundo o Imazon, em junho, o desmatamento ocorreu principalmente na região da BR-163, que liga Cuiabá (MT) a Santarém (PA), nos trechos entre os municípios paraenses de Itaituba, Novo Progresso e Altamira. A derrubada também se concentrou na rodovia Transamazônica, entre os municípios de Apuí e Humaitá, no Amazonas.