sexta-feira, 13 de agosto de 2010

João Pedro Stedile: Quinze anos sem Florestan

Coordenador do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST)

Rio - Há 15 anos, em 10 de agosto de 1995, morria Florestan Fernandes, uma referência no desenvolvimento metodológico e científico da Sociologia. Paulista, nascido em 1920, filho de migrantes portugueses, o sociólogo deixou mais de 50 obras, foi deputado federal constituinte, eleito pelo Partido dos Trabalhadores, e professor rigoroso.

De origem humilde, fez de tudo na vida, trabalhando, ajudando na sobrevivência da família, até romper as barreiras elitistas da Universidade de São Paulo (USP) e tornar-se seu aluno, professor e mais tarde um mestre de referência.

Sempre manteve a coerência ideológica e compromisso com a classe trabalhadora. Punido pela ditadura, amargou o exílio. Voltou e seguiu a luta em defesa da classe.

É sem duvida o mais importante intelectual orgânico brasileiro do Século XX. Através dos clássicos, estudou com profundidade as classes sociais no Brasil. Defendeu com coragem a necessidade da verdadeira revolução social, para construir uma sociedade justa e igualitária.

O povo brasileiro, a classe trabalhadora, os movimentos sociais e os intelectuais orgânicos, os que desejam mudanças, ficamos de luto. Mas, seu legado nos anima a continuar a luta.

O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) se orgulha de ser um dos seus seguidores e ter aprendido com suas teorias e exemplos. Temos uma escola que o homenageia, a Escola Nacional Florestan Fernandes.

Florestan defendeu a importância da educação, da formação da consciência de classe, do acesso aos conhecimentos, como necessidade da classe trabalhadora para se libertar da humilhação, discriminação, opressão e da exploração dos ricos. E segue vivo, por sua obra e exemplo de vida coerente.

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