domingo, 15 de agosto de 2010

Pretenso espaço de democracia, esporte ainda sofre com o racismo

Casos de preconceito pelo mundo colocam em xeque caráter agregador das práticas esportivas
Gustavo Franceschin

Os sucessivos casos de racismo em campos, quadras e pistas por todo o mundo colocam em xeque a ideia de que o esporte é um espaço de democracia racial. A dificuldade no combate às práticas preconceituosas, que cresceram nos últimos anos, questiona o mito de que as diversas modalidades simbolizam a igualdade dos povos e escancara a fragilidade da posição do negro na sociedade civil.

A ideia em xeque está espalhada por diversos setores da população. A falta de oportunidade em outras áreas combinada com o talento prático se traduz na percepção do esporte como mecanismo de mobilidade social.

Dentro desse contexto, em um passado recente, torcedores e atletas se acostumaram a ver cenas como a do camaronês Samuel Eto’o. Em 2006, o então atacante do Barcelona ameaçou deixar o gramado em um jogo do Campeonato Espanhol sob o som de imitações de macacos feitas pela torcida do Zaragoza.

Desde então pouca coisa mudou. Apesar da pressão feita pelas entidades responsáveis, atletas e torcedores continuaram a se manifestar de forma racista pelo mundo, especialmente no futebol. Curiosamente, o esporte mais popular do mundo é uma das modalidades na qual o negro é mais valorizado do ponto de vista técnico.

“Isso mostra a sistemática diferença de posição que os negros ocupam na sociedade. Mesmo em um espaço em que eles são considerados como pessoas que se sobressaem no sentido positivo, em situações de tensão e disputa brancos ainda podem se sentir superiores. Isto deixa a outra pessoa, que sofre a expressão do preconceito, em uma situação de grande debilidade, porque ela não sabe quando é que esta tensão vai aflorar”, disse Fúlvia Rosemberg, professora de psicologia social da PUC-SP.

Especialmente quando os insultos acontecem entre jogadores, os envolvidos costumam aplicar a teoria do contexto, segundo a qual a violência pertinente ao esporte permite que certas agressões verbais sejam relevadas. A afirmação gera polêmica entre especialistas.

“Como no Brasil nós vivemos com o mito da democracia racial, a nossa tendência é minimizar expressões de racismo dizendo que é brincadeira, que a intenção não era de agredir o outro. Só que eu estou provocando com um conteúdo que diminui a outra pessoa. Você tira a humanidade da pessoa chamando de ‘macaco’ e a rebaixa a uma posição de animalidade. Rebaixando a uma posição de animalidade, eu estou aceitando uma visão de mundo na qual essa pessoa não é pessoa, vale menos do que eu”, disse Rosemberg.

“Dentro das quatro linhas realmente tem uma espécie de cultura do futebol. O jogo é muito agressivo mesmo. Agora, manifestações de torcidas são inaceitáveis, assim como na televisão e no jornal. Quanto mais público isso se torna pior. No espaço entre linhas acho que depende do caso a caso. Os próprios jogadores normalmente percebem quando passa do limite”, disse Antonio Sérgio Alfredo Guimarães, professor titular de sociologia da USP.

7 comentários:

Renan de Oliveira Ramos disse...

O texto mostra um fato triste para a sociedade que acontece em esportes de grande popularidade como o futebol,o racismo.A redação procura usando idéias de muito influentes na sociedade,como professores de universidades famosas,lutar contra o racismo que é um "mal" na sociedade,já que o preconceito causa um sentimento de exclusão nas vitimas de tais abusos,de desumanização por exemplo quando se chama uma pessoa de macaco,indicando que se é melhor que se vale mais do que a pessoa.O fato de acontecer casos de racismo nos esportes se dá a entender que não se tem democracia social no esporte,o que fere na moral e na ética dessas praticas dessas praticas que são muito respeitadas pela maioria das pessoas que gostam de esportes.
Renan de Oliveira Ramos n°:37 3°F

LAIS DENISE N20º 3ºB disse...

O texto reflete um fato do cotidiano social, infelizmente vivemos entre pessoas que se acham superiores as outras devido sua raça, o preconceito é algo que se perdura a séculos, no entanto devido ao grande avanço moral da sociedade, este ato se torna a cada dia mais repudiável. Porém, as opiniões são sempre divididas, o preconceito visto no esporte mais popular do mundo, nada mais é do que o reflexo das politicas sociais implantadas pelos governos, os quais classificam as pessoas por suas raças, oferecendo a elas cotas em faculdades federais, entre outros planos sociais com esse intuito. Enquanto a politica social tiver essa visão, a qual se separa as pessoas pela sua etnia, não teremos uma democracia social.

Unknown disse...

De acordo com o texto “Pretenso espaço de democracia, esporte ainda sofre com o racismo” o racismo ainda vive na sociedade fortemente, porem em lugares onde as pessoas dizem estar fazendo uma simples” brincadeira” onde na verdade estão agredindo de forma infantil e totalmente intolerável.
O futebol é o exemplo utilizado nesse texto, diz que, apesar de que as pessoas negras são as mais valorizadas para tal, pessoas ainda não admitem isso e usam de palavras racistas como “macaco” para tentar diminuir o mérito de um jogador negro.
A simples desculpa de que o futebol é um esporte mais violento que os demais é usada para tentar minimizar atos como o do jogador camaronês Samuel Eto’o.
Tento em vista que o Brasil é o único pentacampeão do planeta, é inadmissível que tal comportamento racista seja atribuído a um esporte que deveria ser apenas orgulho para nos brasileiros se torne palco de tamanha desumanidade.

Renato Augusto da Silva n°33 3°H

Anônimo disse...

O texto “Pretenso espaço de democracia, esporte ainda sofre com racismo” é um artigo de imprensa, que foi publicado no site “abril.com” no dia 18 de novembro de 2009 às 10hrs e 24min por Gustavo Franceschini. O artigo foi redigido após vários casos de racismo constatados nos esportes, como o do jogador camaronês Samuel Eto’o, em 2006, que ameaçou deixar o campo ao som de imitações de macaco, realizadas pelos torcedores do Zaragoza, no Campeonato Espanhol. Ainda hoje, mesmo com atletas e torcedores sendo pressionados pelas autoridades competentes, poucas coisas mudaram e ainda são frequentes os flagrantes de racismo, principalmente nos campos de futebol.
Os casos de racismo colocam em dúvida a idéia de democracia racial, muito difundida no Brasil e nos esportes em todo o mundo. Mesmo em um esporte no qual o negro é valorizado, como o futebol, em certas ocasiões sofre agressões verbais que o fazem sentir-se inferior, como quando é comparado a um macaco.
Em suma, deve-se pensar sobre a idéia de democracia racial tanto nos esportes, como em toda a sociedade. Os fatos apresentados no artigo comprovam que ainda há muito a ser feito na sociedade, em relação ao preconceito racial.
Aline Garcias 3ºE nº3
Escola Estadual Messias Pedreiro

Anônimo disse...

ALUNO:Alexandre da silva cândidoN°1
Sala:3°D Escola Messias Pedreiro

"Pretenso espaço de democracia, esporte ainda sofre com o racismo".

"Os sucessivos casos de racismo em campos, quadras e pista por todo o mundo colocam em xeque a idéia de que o esporte é um espaço de democracia racial", e não apenas no esporte como também no dia-a-dia, na qual os negros ainda são humilhados.
A dificuldade no combate as práticas preconceituosas, que cresceram nos últimos anos, na qual os negros foram vítimas de trabalho escravo na colonização do Brasil e deixa marcas que refletem nos dias de hoje.
Vivemos com o mito da democracia racial(mentirosa) e a têndencia é minimizar o racismo com a intenção de suavizar o problema. Mas, ainda são prejudicados, o mundo não oferece as mesmas oportunidades encontradas nas demais raças. É difícil trabalhar, viver em conjunto.
A posição que os negros ocupam na sociedade é diferente das demais, o preconceito é de todas as raças, como se os negros não fossem pessoas com as mesmas funções.
Até no esporte o racismo é presente, mesmo com bom rendimento. Samuel Eto'o, atacante do Barcelona, acostumou ver cenas de agressões por parte da torcida.

Anônimo disse...

Aluno: Pedro Henrique Borges Lima nº29 3ºI E.E Messias Pedreiro

O texto fala que o racismo existe até no esporte mundial, que é o futebol. Jogadores são humilhados pelos seus “semelhantes”, são insultados, e isso mostra que a sociedade está cada vez mais racista, pois, até mesmo no esporte, que era pra ser divertido, há o racismo. Mostra também que há mesmo a competição, mais uma competição entre os brancos e os negros. Os negros são considerados pessoas que se sobressaem no sentido positivo, em situações de tensão, os brancos se acham no direito de agredi-lo verbalmente como o caso do camaronês Samuel Eto’o jogador do Barcelona, que disputava o campeonato Espanhol e que sofreu essa agressão verbal da torcida do Zaragoza, que imitavam o som de gorila. Não é só no futebol que existe esse preconceito, mais é principalmente nesse esporte que tem mais ocorrências de racismo.
Como as pessoas não conseguem aceitar que os negros possam praticar um esporte?
Devido ao fato de que os brancos não aceitam ser superados por negros, porque são muito competitivos,e não aceitam que os negros ultrapassem mais essa barreira que é pelo menos se igualar aos brancos, ter o mesmo direito e deveres.
A sociedade não aprendeu até hoje sobre a igualdade das raças. Ela impôs que os brancos têm mais direitos que os negros, que os brancos são melhores que os negros, e infelizmente são poucas as pessoas que lutam contra isso. Isso deveria mudar porque de alguma maneira, não só no futebol, mais no dia-a-dia os negros são sim melhores que os brancos, e a sociedade deveria aceitar isso e deveria também parar com essa rotulagem de que os brancos são os melhores.

Otávio Gurgel - 3°I n° 28 disse...

Pretenso espaço de democracia, esporte ainda sofre com o racismo
O maior propósito do esporte, mais especificamente o futebol, é o convívio, a confraternização e o bem estar. O jogo deve ser o fator de união entre as pessoas, deve evocar o espírito de equipe, nunca o individualismo. Há muitos anos estamos acostumados a ver atletas negros, brancos, mestiços, com diferentes culturas e religiões unidos numa mesma equipe, lutando pelo mesmo ideal e, por isso, apreciados de uma mesma forma. Sabemos que nem sempre foi assim, que o racismo no esporte foi uma realidade e que essa situação foi superada graças ao espírito esportivo, mas podemos dizer que isso ainda existe.
Recentemente, atitudes racistas voltaram a roubar a cena nos campos de futebol, transformando um espetáculo digno de aplauso numa vergonha. No dia 25 de fevereiro de 2006, os jornais noticiaram, com indignação, a atitude de torcedores do Zaragoza que, durante o jogo com o FC Barcelona, pelo Campeonato Espanhol, fizeram xingamentos racistas contra o jogador camaronês Samuel Eto’o, do FC Barcelona. O árbitro chegou a interromper o jogo para alertar os
torcedores sobre os xingamentos racistas. Como a conduta persistiu, aos 77 minutos da partida, Eto’o ameaçou sair do campo, mas foi contido por seus colegas.