terça-feira, 3 de agosto de 2010

O capital erótico no local de trabalho

Todos temos em nós algum capital erótico. Mas ao fim do mês, feitas as contas, uns sacam as remunerações de um Mexia outros não garantem um rendimento mínimo.

A novidade é que se diz agora isso do capital erótico, é uma espécie de Novas Oportunidades (decentes) para se vingar na vida e um factor-chave para se ter (ou entrar) uma carreira profissional - quer se seja homem ou mulher, embora seja mais determinante para elas. E ainda bem que quem o afirma é uma socióloga da London School of Economics, Catherine Hakim, o que lhe dá aquela patine para poder ser discutido com uma certa elevação porque caso contrário isto soaria a frase de porco chauvinista. E - veja-se como as coisas são - até é uma daquelas teses de empowerment feminino na economia e sociedade. Continuemos a dançar no fio da navalha antes de levarmos com um sutiã a arder em cima.

Ao capital económico, social, humano e cultural quer a dra. Hakim juntar o erótico aos nossos bens pessoais. A Sociologia tem-se regido por teses patriarcais e sido dominada por um feminismo discriminatório que só dava à mulher a hipótese de ter ou cérebro ou aparência (nunca ambas), não se debruçando sobe a importância do capital erótico na actual sociedade hiperssexualizada.

Mas sempre vai dizendo que há homens como Sarkozy (com Carla) ou Obama (com Michelle) com grande capital erótico que transpiram feromonas e que não se confundem com serem belos. Oiço então clamores desse lado. O que é capital erótico? Pois é um 'factor para o sucesso' e que vai além da beleza e que inclui charme, vivacidade, auto-apresentação, sex-appeal e no caso das mulheres o 'trunfo' da fertilidade. E claro, este capital erótico, tal como no capital humano exige treino, desenvolvimento, aprendizagem e cuidados pessoais que vão além do talento inato. Assim o capital erótico não é a compensação de uma falha (tipo o complexo de loira burra) mas uma competência, um quesito para evoluir dado que pessoas com grande capital erótico são mais persuasivas e mais admiradas. Até porque não se fala aqui de um 'vestida para matar' mas da gestão de um certo magnetismo que convive com o dress code empresarial.

Ah, e saídas há poucos dias as notícias sobre este tema o que foi de loucura nos sites e revistas rosa fofoca-light! E o seu capital erótico como vai? Já testou o seu? Sabia que pode ser mais importante que um diploma? Um delírio. Há nesta 'liberação' capitalista uma serie de 'mas' que me fazem torcer o nariz. Esta noção economicista de um eroticismo aplicado à carreira reverte-se numa lei de oferta e da procura em que Catherine Hakim desenvolve toda a sua tese no pressuposto de que os homens têm uma necessidade de sexo muito maior do que as mulheres (fazendo uma pressão maior do lado da procura) sendo que estas não só 'necessitam menos' como se produzem e se cuidam mais (logo têm muito mais capital e regem a oferta). Assim o acréscimo de poder estaria do lado das mulheres, e muito mais teriam se aceitassem esta noção de capital erótico. Pessoalmente acho que conhecem de ginjeira este 'conceito sociológico' embora o possam negar.

Houve quem contestasse esta tese dado que não inclui a variável gay no local de trabalho e lêem a realidade como se fosse uma relação binária homem/mulher. A equação era simplista e simplória.

Mas basicamente - e lendo a coisa com atenção - tudo isto me cheira a conspiração, a maquinação neofeminista. Agora que as leis e políticas de assédio no local de trabalho já estão assimiladas e os homens domesticados chegou a hora de legitimar o capital erótico feminino no local de trabalho. Não é vaidade ou dondoquice nem se pode produzir qualquer 'terminologia masculina depreciativa' mas sim um asset positivo para a empresa. E rapaz, se te atreveres a mandar uma boca sexista apanhas um processo que ficas descapitalizado para o resto da vida.

Um comentário:

Anônimo disse...

Vinicius Ghabriel 3ºC Nº 43

Consigo retirar do texto "O capital erótico no local de trabalho" a seguinte opinião,''Tal valioso como um diploma'' o capital Erótico pode ser um dom natural da pessoa(boa aparência,bom humor,carisma,e etc.) ou algo artificial,no Brasil, por exemplo, a indústria de cirurgias plásticas é um indicador claro do capital erótico.No país Do Carnaval,aproximadamente mais de 70 mil cirurgias plásticas são realizadas todos os anos em jovens e adultos que buscam o corpo perfeito a todo custo.
De acordo com o estudo de Hakim,as mulheres são quem tem mais capital erótico - pois é algo que a mulher trás desde pequena.Ela pensa que precisa se arrumar,ter um ''batonzinho'',a maquiagem,boa vestimenta pra ser aceita pelos amiguinhos,isso gera na criança a idéia de que se ela for estranha ela não será aceita por aquele grupo,a aceitação pessoal se perde e o individualismo,o ''eu quero'' ''eu posso'',''Não gosto'' tomam cada vez mais espaço na idéia dessa criança que cresce achando que o mundo e das aparências,e infelizmente ela não esta errada pois o mundo esta se tornando cada vez mais o mundo das aparências.
E preferível a um gerente ou um superior,contratar uma pessoa que tenha um bom diploma,cursos bem valorizados e etc.,ela será contratada.
Mas na maioria dos casos se essa pessoa não tiver o Capital erótico bem acentuado,ela e trocada pela pessoa que talvez não tenha um currículo de peso,nem muita competência para o cargo,mas se ela for atraente,infelizmente ela perdera o cargo para esse concorrente.
Atualmente se contrata nas empresas,''Boazudas Burras'' ao invés de'' Cultas Feias'' e algo muito ruim pois a competência e a agilidade de um serviço é comprometido por algo vaidoso e narcisista.
Nossa sociedade cultua o modelo do belo e do perfeito mas deixa de lado o mais importante que e a humildade e a competência,somos também muito influenciados pela mídia e pelas grandes marcas,algumas pessoas preferem ter um tênis de marca,um perfume importado que custe caro,ao invés de ter Arroz e feijão sobre a mesa.
Nossa sociedade deve dar mais valor ao interior,do que ao exterior onde as faces são como mascaras e sentimentos são Falsos,e belo algo que flui naturalmente sem interesses impróprios,devemos aceitar as diferenças sem deixarmos que a vaidade interfira nisso.
O talento não pode ser deixado de lado, por que sem competência, habilidade e atitude você não consegue se manter em um bom emprego por muito tempo.