Há 90 anos, nascia o teórico que consagrou a sociologia crítica brasileira. Florestan Fernandes contribuiu para um novo olhar sobre o pensamento da realidade social do país, inaugurando uma forma inovadora de se pensar o passado e o presente. Debruçou-se sobre a obra de grandes nomes como Oliveira Vianna, Sérgio Buarque de Holanda, Gilberto Freire e Euclides da Cunha, permitindo uma interpretação diferenciada da formação do povo brasileiro, considerando sua origem diversa, composta por europeus, índios e africanos, e suas lutas no decorrer do processo histórico. Este é o tema de, por exemplo, A integração do negro na sociedade de classes vol. 1 e A integração do negro na sociedade de classes vol. 2, obras que representam uma virada crítica na autoimagem do país, desmitificando a ideia de “democracia racial”.
O sociólogo conseguiu ter uma das mais brilhantes carreiras da história da Universidade de São Paulo, onde ingressou em 1941, obtendo o mestrado em 1947, o doutorado em 1951 e a livre-docência em 1964. Em 2005, dez anos após sua morte, a biblioteca da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da USP recebeu seu nome.
Parte importante da obra de Florestan é voltada para a possibilidade da transformação social – influência direta de sua origem humilde e seu sucesso como acadêmico. A revolução social é um de seus temas principais, como em A revolução burguesa no Brasil.
Florestan Fernandes foi duas vezes deputado federal e publicou mais de cinquenta obras, entre elas Circuito fechado, A função social da guerra na sociedade tupinambá, Pensamento e ação e Que tipo de República?, que continuam influenciando os estudos das ciências sociais.
Um comentário:
Camille N. Leite 3ºD
Afinal, quem foi Florestan Fernandes?É triste saber que sendo brasileira nunca tenha ouvido este nome antes.
São “ personagens”como Florestan Fernandes que deveriam ser lembrados e citados em sites, livros, e jornais do dia-a-dia .Mas ao contrário do que preso, não é o que realmente acorre.
Quando citado por outros países, o Brasil é sempre tachado como o PAÍS DO FUTEBOL, e não estamos errados em dizer isso, pois nós mesmos construímos uma imagem mental, cronológica ,além de histórica, de que sempre dependemos basicamente desse esporte para coexistir em sociedade. Ao passo que, milhares de outros brasileiros de origem humilde, assim como nosso REI DO FUTEBOL, que descendem das classes operárias, da “escoria” da sociedade e que mesmo assim se destacam, no rebolar, nas pedaladas , cabeçadas , tombos e rasteiras da vida ,contribuindo na construção de uma idéia diferenciada, de um Brasil mais intelectual,onde a democracia é vista com outros olhos e interpretada por outras mentes.
Esses são verdadeiros REIS, que trouxeram algo maior que a representação de cinco estrelas, que qualquer não letrado esboça com uma pedra na areia. Estes que realmente participaram da construção de novos pontos de vista, ideologias, dúvidas, críticas e a satisfação de alguns poucos interessados em saber que alguém realmente se importa com os rumos sociais que nosso país adquiri.
Florestan Fernandes, juntamente com, Milton Santos, Oliveira Vianna, Sérgio Buarque, Gilberto Freire, Euclides da Cunha entre outros, que deveriam ser lembrados, citados e ovacionados perante a sociedade.
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