domingo, 1 de agosto de 2010

Sindicatos da Educação do Rio de Janeiro debatem bullying

Texto publicado em 20 de Julho de 2010 -

por Claudia Santiago *


Jornais estão procurando sindicatos de professores em busca de mestres que sejam vítimas de bullying por parte dos alunos através de redes sociais na internet: orkut, twitter, facebook. Tarefa difícil. Nem mesmo os que são vítimas do problema pretendem se expor em entrevistas. Bullying é uma palavra de língua inglesa que significa causar sofrimento psíquico a alguém com agressão, chacotas, discriminação.

Os sindicatos ainda não sabem muito bem como lidar com o problema. Ou seja, como socorrer os professores sem entrar num discurso reacionário. Na opinião de Afonso Celso, professor de matemática e diretor do Sinpro-Rio, as relações entre professor e aluno estão contagiadas por uma sociedade que exclui a maioria de sua população e garante todos os direitos a uma pequena parcela. É isso que deixa professores vulneráveis frente a alunos e pais que reagem com brutalidade quando a nota não agrada, por exemplo.

Para o professor, as dificuldades não são de responsabilidade dos alunos, mas sim do completo descaso com a educação. “Nas escolas particulares a educação é tratada como mercadoria. O professor é encarado como um vendedor de diploma. A escola quer vender e o aluno quer comprar. Há escolas que já falam do aluno como um cliente. As famílias por estarem pagando não admitem que o filho seja reprovado. O professor é visto como aquele que vai dar prejuízo."

Nas escolas públicas a lógica é outra, mas tão perversa quanto a primeira. O aluno tem que passar rápido pela escola, não pode ficar reprovado e não importa se aprendeu ou não. Interessa que ele saia logo porque outros querem entrar e não há vagas para todo mundo.

Com um quadro destes, como jogar sobre a infância e a juventude a responsabilidade por relações conflituosas? O debate está na ordem do dia e os sindicatos dos trabalhadores da educação estão no olho do furacão.

Um comentário:

Anônimo disse...

Vinícius Vieira Silva nº 43 Série/Turma: 3ºF

Seriam os jovens os responsáveis pela discriminação que estes fazem contra os professores através de redes sociais da internet, prática conhecida como cyberbullying? Cláudia Santiago coloca em dúvida tal indagação ao afirmar que ainda não existem sindicatos preparados para auxiliar os professores quando estes são vítimas de tais práticas, até porque é uma prática nova e que se amplia com o acesso cada vez maior à internet, e ao mostrar a opinião de Afonso Celso, diretor do Sinpro (Sindicato dos Professores) do Rio de Janeiro e professor de matemática.
Segundo Afonso, as relações conflituosas entre docente, discente e educação estão influenciadas por uma sociedade em que apenas poucos têm acesso a todos os direitos, o que torna os professores vulneráveis em frente aos pais e alunos quando algo desagrada esses últimos. Acrescenta que essas dificuldades enfrentadas pelos professores, tanto em frente aos pais quanto em não ter sindicatos que os auxiliam, são de responsabilidade do descaso com a educação. Para tal expõe: “Nas escolas particulares a educação é tratada como mercadoria. O professor é (...) vendedor de diploma (...) e o aluno quer comprar. (...) As famílias por estarem pagando não admitem que o filho seja reprovado. O professor é (...) aquele que vai dar prejuízo”, ou seja, o professor tem como papel de vendedor que atende aos desejos do cliente. Já nas escolas públicas o papel do professor, que é ensinar, é praticamente inexistente, pois o que importa nessa é inserir alunos no estabelecimento escolar, independente deste aprender ou não.
Com esse quadro, exposto no texto, fica difícil colocar a culpa nos jovens pelas relações conflituosas entre docente, discente e educação, dentro e fora do âmbito escolar.