sábado, 11 de setembro de 2010

Jóis Alberto: Edgar Morin em Natal, antropologia e marxismo

O pensador francês Edgar Morin estará em Natal em 17 de setembro de 2010, quando a partir das 19h fará a conferência “O destino da Humanidade”, na Praça Cívica do Campus da UFRN, sendo em seguida realizada apresentação da Orquestra Sinfônica daquela Universidade. Ex-militante do PCF – Partido Comunista Francês nos anos 40, Morin, todavia, permaneceu dentro do campo democrático, sendo hoje considerado um dos grandes renovadores não só das Ciências Sociais, mas da Ciência como um todo.

Antropologia e marxismo

Edgar Morin figura ao lado de Claude Lévi-Strauss e Maurice Godelier como três dos mais importantes pensadores das Ciências Sociais na atualidade, como mostra o professor Edgar de Assis Carvalho no livro Enigmas da cultura (São Paulo: Cortez, 2003). São pensadores que tem mais pontos em comum do que divergências teóricas, o que tornou a tarefa do professor Assis Carvalho, titular de Antropologia da PUC/SP, mais prazerosa, porém não menos difícil, dada a complexidade teórica dos autores. A palavra complexidade, para esses pensadores, notadamente Morin, assume a acepção de ser um modo transdisciplinar de estudos, baseado na religação de todos os saberes.

No livro, Assis Carvalho critica certo relativismo ainda hoje presente na Antropologia, contestando o fato de que, para o relativismo, as culturas são unidades auto-suficientes, fechadas e coerentes em si mesmas. Analisa a atualidade das contribuições de Claude Lévi-Strauss, autor igualmente de uma vasta obra na qual se desfazem as dualidades entre arte e ciência, ciência e mito, razão e desrazão. Nessa direção, analisa a importância da lingüística para a criação do estruturalismo de Lévi-Strauss, que dialoga bem com a geologia, a psicanálise e o marxismo.

O autor faz referências ainda a polêmicas em torno das relações entre estruturalismo e marxismo, para, nesse sentido, criticar a posição contrária de alguns antropólogos acerca dessa relação, como ocorre em Eunice Durham. Carvalho defende a posição de Maurice Godelier, que, a partir de 1968, capitaneou uma geração de pensadores que “debruçou-se sobre uma arqueologia dos textos de Marx, principalmente os que versavam sobre as formas pré-capitalistas, para ali identificar um método de análise que fosse factível para sociedades sem classes”. Assis Carvalho conclui abordando os livros de Edgar Morin, reunidos numa ampla produção intelectual que podem ser divididos em sete macrotemas: Método, Complexus, Reforma, Antropologia Fundamental, Século XX, Política, Vivido , Transcrições Orais.


Jóis Alberto é Jornalista, poeta e mestrando em Ciências Sociais na UFRN

Um comentário:

ewerton silva disse...

Ewerton Silva nº11 3ºH

Alguns pensadores da atualidade fazem reflexóes sobre a sociedade, entre eles está, um grande pensador frânces Edgard Morin, que fez uma visita no dia 17 de setembro, em Natal, na praça Cívica do Campus UFRN para a conferência ''O destino da humanidade''.
Entre eles estava alguns outros grandes pensadores que tem muitos pontos em comum.
Nesta conferência foi falado sobre as culturas e como elas se consideram unidades auto-suficientes, ou seja, como se elas se bastassem e foi dado um grande destaque ao marxismo e a forma como ele foi elaborada pelas outras culturas.