quarta-feira, 22 de setembro de 2010

É preciso ouvir as crianças

Sociólogo da infância aponta a necessidade de percebê-las com um grupo com ideias próprias, distinto dos demais, e diferenciado entre os indivíduos que o compõem

A sociologia da infância se propõe a construir a primeira fase da vida do ser humano livre de interpretações nas quais as crianças se desenvolvem independentemente da construção social, das suas condições de existência e das representações e imagens historicamente construídas sobre e para elas. Trata-se de uma área nova, recém-desbravada por pesquisadores de todo o mundo. Manuel Jacinto Sarmento, diretor do Centro de Educação da Universidade do Minho, em Portugal, é um deles. "Os estudos têm dito, há 20 anos, de maneira enfática, que os pequenos necessitam ser conhecidos em sua verdadeira realidade."
Durante visita ao Brasil para uma série de encontros, eventos e visitas, Sarmento concedeu entrevista à repórter Cristiane Marangon logo após sua exposição em um congresso de educação infantil realizado em Maceió (AL). "Tenho aprendido muito com os brasileiros e com suas experiências concretas de vida. Há muita troca de conhecimento e esses intercâmbios também são de muita aprendizagem."

É possível definir um tipo de infância?
Essa questão é controversa e muito debatida por diferentes autores. Alguns dizem que é necessário falar da infância no singular para tratá-la como categoria social. Os sociólogos que trabalham com essa visão se preocupam com indicadores sociais de demografia ou de economia e também de natureza simbólica. Na demografia, procura-se perceber de que modo o grupo infantil estabelece relações de porcentagem com outros agrupamentos populacionais e quais são os diferentes espaços que ocupam na sociedade. Do ponto de vista econômico, entende-se que as crianças, com exceção daquelas vinculadas ao trabalho infantil, se caracterizam por não participar da economia e, por isso, não são importantes como classe econômica. No simbólico, as concessões que existem traduzem-se nos modos de agir dos adultos em relação às crianças. Há também os sociólogos que trabalham na base interpretativa ou crítica, que tendem a encontrar e pluralizar as formas de infância. Consideram que a ação caracteriza a categoria pelos desempenhos coletivos e individuais, que são atravessados pelos gêneros, pelas classes sociais, pelas etnias, pelas diferenças que dizem respeito ao espaço no mundo e tendem a enfatizar que existem várias infâncias.

E qual é o seu entendimento sobre a infância?
Não é possível dizer que há uma única infância. Necessitamos articular as concepções para perceber o que é comum a todas as crianças. Na minha opinião, ela deve ser percebida como um grupo geracional, distinto do mundo adulto. As crianças são diferentes umas das outras e, nessa diversidade, há fatores sociais acentuados, que não são puramente individuais. Por exemplo, há elementos comuns por uma parte de tempo de suas vidas, pois vivem sob a guarda de responsáveis, já que não são capazes de ficarem sozinhas. No entanto, isso mudou ao longo do tempo. A independência delas tem sido retardada em relação ao que ocorria há 20 anos. A entrada no mercado de trabalho se dava mais cedo e, por isso, ficavam longe da guarda de seus pais precocemente.

Como a infância tem sido interpretada pelos adultos?
Vivemos em um tempo em que há uma coincidência de várias concepções - desde que a criança deve ser submetida a processos rigorosos de controle de autoridade até a que ela, sendo um ser de direito, precisa ser respeitada na sua autonomia. Essas representações são bem diferenciadas e acompanham a história da humanidade nos últimos 250 anos. É possível dizer que há dois polos. Um deles é que a criança é um ser irracional e imoral e, por isso, deve ser submetida a processos de racionalização e moralização, que acontecem pela educação, seja familiar ou escolar. A outra concepção é que a criança é naturalmente boa e que, para educá-la, basta sustentar e apoiar seu desenvolvimento. Vale ressaltar que essas compreensões são produzidas, principalmente, na sociedade ocidental e disseminadas pelo mundo. É preciso que todos saibam que existem infâncias diferentes. No Brasil, por exemplo, há comunidades indígenas em que só se deixa de ser criança ao se tornar pai ou mãe.

Como o docente pode chegar mais perto do que as crianças pensam para estabelecer uma comunicação mais adequada?
A escola foi edificada com base em um modelo cognitivo, ou seja, um entendimento de homem, de sociedade, de cultura e de criança, que sempre formou os educadores. A instituição escolar é pensada como um lugar de transmissão de cultura para um sujeito que está inserido na sociedade e em processo de transição. A passagem pela escola serve para que isso seja garantido. Ela está centrada na comunicação, portanto, no poder do adulto sobre a criança, pois se supõe que os pequenos são seres em desenvolvimento e passam por várias etapas. No entanto, os estudos da criança têm dito, há 20 anos, de maneira muito enfática, que elas necessitam ser conhecidas em sua verdadeira realidade. A própria psicologia tem desmentido as etapas de desenvolvimento concluídas por Jean Piaget, consideradas adultocêntricas, pois o desenvolvimento humano é feito em contextos sociais e culturais. Não há linearidade e nem teleologia que independam de contexto e também de circunstância em que se encontram os pequenos. Precisamos trabalhar em uma renovação na concepção que forma os professores, pois eles decidem o trabalho nas escolas.

Quais são os danos para as crianças mais afastadas culturalmente da escola?
Elas reagem desenvolvendo estratégias de sobrevivência, como abandonar a escola precocemente e procurar sentido para a vida fora desse espaço. Isso nada mais é que uma atitude de resistência. O indivíduo encontra satisfação e referência pessoal no contato com amigos e vizinhos e, por isso, passa a criar aspirações e expectativas compatíveis com essas motivações. No entanto, é importante destacar que há benefícios mesmo quando há danos, pois essas crianças encontram duas coisas fundamentais na escola: um espaço público e de convivência. No primeiro caso, elas são reconhecidas como membros de uma sociedade, o que é simbolicamente importante. No segundo, é fundamental conviver com outras crianças e poder desenvolver as culturas de pares. É claro que pode haver outros benefícios, mas isso depende da capacidade que a escola tem de gerir sua autonomia e de ir ao encontro dos que estão mais afastados de sua cultura, promovendo relações, produzindo seu conhecimento a partir do que se percebe e, nessas circunstâncias, poder lidar e gerir mais adequadamente o abandono, se ele acontecer.

O senhor defende que as crianças participem de maneira ativa na vida social. De que maneira?
A participação da criança na sociedade é um elemento novo que está expresso no documento A Convenção sobre os Direitos da Criança, das Nações Unidas, de 1989, em que se consagrou a ideia de que a criança não pode ser ignorada em sua opinião sobre os aspectos que lhe dizem respeito, atendendo à capacidade que ela tem de exprimir a própria opinião. Sua participação social significa que o conhecimento que ela tem deve ter voz, deve ser auscultada e deve ter efeito, ou seja, influenciar seu modo de vida. Atualmente há um movimento nas cidades amigas da criança, cujo eixo central é ouvi-las na formulação de políticas públicas no que diz respeito ao mobiliário, ao equipamento, à mobilidade, à programação de atividades etc. Elas deveriam ser ouvidas também politicamente e isso não tem a ver com o fato de ter direito a voto, ainda que não seja uma ideia não instrumentada. Isso acontece em alguns grupos sociais. Em uma comunidade indígena brasileira, por exemplo, sempre que há um assunto importante, todos se reúnem em assembleia e têm direito de exprimir opinião. A decisão cabe aos mais velhos, mas sempre depois de ouvir a todos. Inclusive, as mulheres grávidas podem falar duas vezes porque é considerado o filho que se desenvolve no seu ventre. Isso é a ruptura com um modelo mental do nosso tempo em que a criança não tem participação política porque não fala.

Como funcionaria na prática?
Trata-se de criar dispositivos institucionais para auscultação das vozes das crianças por meio de inquéritos de opinião, caixas de sugestões, linhas de comunicação - seja telefônica ou pela internet - e realização de processos de audição. Isso pode, em alguns casos, nomear representantes dos grupos infantis organizados com seus conselhos para serem ouvidos. É um modelo que reproduz as democracias ocidentais. Essa atitude necessita ser permanente, não pode se esgotar no dia a dia e precisa de dimensão mais profunda, seja na escola, na cidade ou na família. Há vários municípios que desenvolvem atividades e projetos assim. Os mais conhecidos são os de algumas cidades italianas.

Muitos produtos direcionados ao público infantil são feitos por adultos e, inclusive, carregam os valores do mundo adulto. De que maneira isso influencia a vida das crianças?
Na cultura industrial, em que os conteúdos e os produtos são feitos pelos adultos para o consumo infantil, nunca se deixa de reproduzir os estereótipos do mundo adulto. Walt Disney, por exemplo, tem uma produção cultural própria de grande difusão com conceitos e valores identificados como patriarcais, paternalistas, conservadores, que revelam padrões de uma família burguesa ocidental em que raras vezes se encontram modelos diferentes dos brancos anglo-saxônicos. Essas produções também são formas culturais influentes e com muita capacidade de atração. Isso se deve ao fato de elas jogarem na dimensão da ficcionalidade, que é importante na cultura da infância, ou seja, na transposição imaginária do real e da ludicidade. Alguns estudos têm mostrado que há uma grande homologia entre os movimentos imaginários dos adultos e os das crianças na produção da indústria cultural infantil e que essa relação vai acompanhando o fluxo dos tempos.

O senhor afirma em seus estudos que as crianças são produtoras de cultura. Como é possível, se elas são influenciadas pelos adultos?
As crianças não estão sob a tutela dos adultos o tempo todo. Elas sofrem processos de socialização na relação com os pais, as famílias, os vizinhos e os professores, mas também se envolvem socialmente com seus pares. Nas brincadeiras e nos jogos, seja em tempo real ou virtual. Isso é comum e importante. Mesmo atravessadas pelos adultos, elas produzem culturas próprias. É comum atribuir ao adulto o título de produtor cultural, mas é importante ressaltar que eles também são atravessados pelas culturas que herdaram. Não há diferença sobre a condição do adulto como produtor cultural e a da criança. O pintor Pablo Picasso, por exemplo, foi um produtor cultural revolucionário, que alterou muito a cultura ocidental e fez muitas relações com as quais convivia. Produção cultural, mesmo quando genial, é sempre feita na relação. É importante que as crianças produzam a própria cultura nas condições que têm para fazer isso.

13 comentários:

ARTHUR ANDRADE disse...

Aluno: Arthu Eduardo M. F. Andrade nº: 07 sala: 3ºC

É obvio que temos que escutar as crianças hoje em dia, temos que dar atenção a elas, temos que deixar que elas expressão seu sentimentos, já que até então são criaturas frágeis que dependem muito de nós, de nossos carinhos, conselhos ensinamentos.
Imagina só professor, uma criança que não tem um dialogo com ninguém, que é abitolada com seus sentimentos e vive confusa, ela será um adulto perturbado, revoltado com tudo e com todos, um cara sem valores e princípios. Então é importante sim prestarmos atenção nas crianças não só pensando no que elas serão no futuro e sim pensando na felicidade delas de hoje!
Concordo com muitas passagens do texto, mais outras já discordo, mais em suma o texto postado é bom.

Att,

Arthur Andrade

Anônimo disse...

Victor Vieira nº 42 – 3º F
A singularidade das crianças tem reforçado estudos sociológicos voltados à infância. Em uma entrevista realizada com Manoel Jacinto Sarmento, diretor do Centro de Educação da Universidade do Minho, em Portugal, ele enfatiza a necessidade de conhecer as crianças em sua verdadeira realidade.
Na visão sociológica, existem vários indicadores a se preocupar quando se trata das crianças. Por exemplo: como se estabelecem as relações sociais, do grupo infantil, o espaço que este grupo ocupa na sociedade, dentre outros. Sarmento afirma que há sociólogos que enfatizam a existência de várias infâncias. E para ele, não há uma única infância, há uma grande diversidade entre elas, mas que há características sociais semelhantes entre as mesmas, o que os torna não-individuais.
A interpretação da infância pelos adultos é muito complexa. A criança, irracional e por conseqüência naturalmente boa, necessita e merece ser moralizada e educada, também sendo apoiada no seu desenvolvimento e respeitada como um ser provido de direitos.
Sarmento ressalta a importância que as instituições escolares têm sobre as crianças (transmissão de culturas). Porém, está centrada num modelo no qual o adulto tem poder sobre os menores, baseado na suposição de que os pequenos são seres em desenvolvimento. E para ele, segundo estudos, “as crianças tem que ser conhecidas em sua verdadeira realidade”.
Além dos benefícios culturais, há também benefícios sociais nas escolas. As crianças têm um espaço público e de convivência, realçando a sua participação na sociedade e a sua transmissão/desenvolvimento de culturas.
Para Sarmento, mesmo com a influência que recebem dos adultos, as crianças são produtoras de cultura, durante sua socialização com outras crianças.
As nossas crianças também podem participar das opiniões públicas, basta ouvirem-las. É o que fazem algumas cidades consideradas amigas das crianças.
As crianças fazem parte da sociedade e assim também contribuem para o seu desenvolvimento cultural.

Bruna Regina disse...

Nessa entrevista o pesquisador e diretor do Centro de Educação da Universidade do Minho, em Portugal, Manuel Jacinto Sarmento, fala sobre a necessidade de olhar para as crianças como um grupo que difere dos demais e apresenta ideias próprias.
Ele trata de questões como a definição de um tipo de infância, algo que, segundo Sarmento, analisado pelos sociologos a partir de indicadores sociais, de demografia ou de economia. Outro ponto abordado na entrevista é o entendimento do pesquisador sobre a infância, para ele a infância deve ser vista como um grupo geracional distinto do universo adulto.
Samento tambem foi interrogado sobre os metodos educacinonais e a participação politica das crianças. acerca destes temas ele apontou que e importante dar aos pequenos participaçao na discussao de temas que os interessem ou influenciem seu cotidiano,assim como ocorrem algumas cidades italianas e principalmente nas tribos indigenas onde decisões so são tomadas apos toda a comunidade ser consultada inclusive as crianças.
Enfim a entrevista com Sarmento mostra que as novas pesquisas sobre o tema estão conduzindo a sociedade a novos caminhos onde a participação da criança vem ganhado importancia e na qual uma escola mais preparada para lhe dar com as necessidades e demandas desse grupo vai alicerçar a construção de uma nova sociedade, onde as crianças tem voz.
Bruna Regina nº06 3ºE

Anônimo disse...

As crianças com todo sua fragilidade e inocencia precisa de uma boa base pra sua vida adulta um boa educação sem duvida é essencial,pois a sociedade mostra muitas coisas sobre o mundo muito delas boas e outras ruim. “As crianças tem que ser conhecidas em sua verdadeira realidade”.
São o futuro de nossa sociedade,e tambem tem influência na nossa cultura e socialização. Uma criança necessita de dialogo com todos pricipalmente com seus pais para que possa se tornar um pessoa de mente aberta,uma pessoa de valores e princípios.
É claro que essa discusão é importante e deve ser tratada com muito carinho e atenção por que realmente elas são o nosso futuro e tambem as responsáveis por um mundo melhor,um mundo mais justo e promissor.
Carolina Landa 3°C n°11

Anônimo disse...

Criança tem sentimento ,um sentimento puro e inocente,criança é um ser iluminado,muito das vezes ela não precisa falar,pois consegue transmitir por um olhar sua vontade e seu sentimento.A infância é a fase mais importante para o ser humano, pois é nesta fase que se desenvolve sua personalidade e seu caráter,as pessoas que convivem com a criança são os maiores reponsáveis poor essa formação que funciona como um espelho o que ela ve ou presencia ela reflete no seu futuro , no entanto é necessário tratar sempre com muito carinho e respeito uma criança porque assim ela respeitará o próximo.
Ana Caroline Mendonça Linhares.
n:04 3-C

Anônimo disse...

Entender O comportamento infantil requer paciência e sabedoria dos pais para olhar um pouco para o desenvolvimento da criança e por que se comporta agressivamente.
É a forma que elas encontram de se controlar e suprir seus caprichos.
Por mais tolerância que os pais tenham, há dias em que o comportamento do filho parece insuportável, e eles sentem que podem perder o controle da situação. . Quando não há causa física (doença, hospitalização, cirurgia) que a justifique, a agressividade da criança aparece como uma reação aos problemas da família.
Antes de tudo, é importante se questionar também a respeito das dificuldades pelas quais a família está passando, como por exemplo problemas financeiros, separação, mudança de casa ou escola, perda de um ente querido, etc.
Isso acaba envolvendo diretamente os pais, pois eles tendem a encarar seus conflitos e os dos filhos como fracasso ou incompetência. "Todos os seres humanos têm um impulso agressivo'.Devemos sim escutar as crianças,pois elas se expelham nas nossas experiencias.A violência doméstica é um dos fatores mais determinantes para o desencadeamento de transtornos mentais na criança, uso de drogas, roubo, furto e transtornos alimentares como, por exemplo, a obesidade.
...................................
SAVANA DOS SANTOS ... n°40.....3°F

Unknown disse...

"Os estudos têm dito, há 20 anos, de maneira enfática, que os pequenos necessitam ser conhecidos em sua verdadeira realidade."
Temos que prestar atenção nas crianças pois elas vivem confusas, por ainda não saber o certo e o errado, ficam perdidas com tantas informações.
Conversando com elas podemos descobrir o que estão sentindo se estão com algum problema,se precisaão desabafar.
Dar conselhos a uma criança é extremante importante,pois alertando elas hoje, pode-se evitar problemas amanhã, e assim mantendo uma boa relação com as mesma criando assim um adolescente melhor que sempre vai estar ali conversando com seus pais.

Júlio Cesar Moreira 3ºI

Isley Borges da Silva Júnior disse...

As crianças, apesar da pouca idade, têm sentimentos, opiniões, pontos de vista e vontades próprias. São seres em desenvolvimento e necessitam da expressão, tanto oral, quanto escrita para manisfestarem seus pensamentos, que, logicamente, têm seu valor perante elas mesmas e perante a sociedade que as cerca. Uma criança é capaz de dar uma aula de compreensão de jogos virtuais ao pai ou mãe, adultos, que muitas vezes "apanham" ao manusear video games e computadores. Um aluno que vive na zona rural pode dar uma aula de conhecimentos do campo ao seu professor que talvez tenha muito pouco contato com o ambiente rural. Em uma brincadeira infantil é possível observar a presença considerável de virtudes como a honestidade, a solidariedade, o companheirismo, além de estratégias, organização e metodologias que julga-se serem próprios de adultos.
Dessa forma, é impossível julgar que uma criança não é capaz ou não deve ser ouvida enquanto se expressa. Pelo contrário, as crianças são seres muito capazes de surpreenderem qualquer adulto em qualquer situação.
Isley Borges da Silva Júnior

Letícia do Carmo Silva disse...

A infância é uma fase da vida de extrema importância. É nela que são definidos e determinados inúmeros aspectos que farão parte da vida da pessoa na fase adulta. Quando uma criança não é ouvida ou a ela não é dada a atenção necessária, a tendência é que essa criança crie um trauma. Esse trauma pode levá-la a ser uma adulto tímido, apático, ou um adulto revoltado e transgressor. Muitas pessoas acham que as ideias e opiniões das crianças não têm valor, por isso impedem-nas de serem, futuramente, seres políticos, opinantes, ativos na sociedade em que vivem. Quando uma criança é impedida de expressar suas ideias, opiniões e vontades, não só ela está sendo prejudicada, mas toda a sociedade, visto que essa criança poderá ter comportamentos futuros que comprometerão sua própria vida, além de influenciar negativamente no desenvolvimento político, social, econômico e cultural de todo o país.
Letícia do Carmo Silva

Renata Oliveira disse...

Décadas atrás, eram os pais que davam ordens, impunham limites e controlavam todos os passos dos filhos. Agora parece que a "mesa virou" - para o lado das crianças. Cada vez mais cedo, elas assumem "poderes especiais" que lhes conferem quase que totalmente o controle das relações familiares.
Na fase da adolescência o relacionamento entre pais e filhos já é naturalmente complicado, quando há uma situação de conflito o processo se torna praticamente inviável. Nos últimos 37 anos cuidando de famílias e seus percalços com adolescentes, o médico Içami Tiba - autor de "Quem Ama, Educa!" e "Adolescentes: Quem Ama, Educa!", entre outros - observa que o grande erro dos pais na educação dos filhos é que eles simplesmente "amam" os filhos e não exigem nada em troca. "Na fase de preparação, é preciso exigir que eles façam o que foi ensinado para que pratiquem e criem material para futuras negociações".
Pais que tratam seus filhos como se fossem adultos estão absolutamente errados. Apesar das dificuldades e da falta de obediência dos filhos e dos erros cometidos pelos pais, sempre há chance de se reverter a situação, pois o ser humano se renova e é criativo, desde que haja motivação para isso. "Para os pais educarem seus filhos, devem apertar o botão ‘atualizar’ e compreender que o mundo mudou. Dessa forma verão que é necessário, sim, fazer exigências e cobrar dos filhos atitudes e tarefas para tornarem-se bons cidadãos".

Renata Oliveira/ n°39/ 3°A

Unknown disse...

Ana Júlia Gomes Januário nº2 3ºA

Tem muitas pessoas hoje em dia que não dão a minima para o que as crianças dizem, e é daí que surge serios problemas como: a algum tempo houve um caso onde dois irmãos pediram a polícia que não os deixassem ficar em sua casa, pois seus pais eram muito agressivos, mais como eles eram crianças não foram ouvidos e após um tempo eles foram encontrados mortos. Ou seja, por falta de atenção essas inocentes crianças foram mortas sem necessidade, pois elas num queriam conviver com pessoas que as agredissem e sim com pessoas que as amassem, que lhes descem o necessário o carinho, um motivo para viver com os pais de maneira mais calma!
Então é preciso sim ouvir as crianças e ajudá-las de forma que elas saibam diferenciar o certo do errado e saber responde-las de forma mais branda ou melhor dizendo de uma forma mais correta onde elas podem até ser menos maliciosas ou terem uma "imaginação fértil", mas são sábias e espertas.

Maressa Gomes disse...

Maressa Gomes Rocha Souza
3ºG nº25

Realmente hoje em dia não temos dado a atenção que as crianças merecem, por termos uma vida corrida e estarmos sempre ocupados, nunca temos tempo para as "nossas crianças".
Mas podemos também dizer que esquecemos que essas crianças serão o futuro, pro isso elas precisam ser ouvidas. Independentemente da sua cultura, raça ou etnia cada criança tem que viver a sua infância, eles “necessitam ser conhecidos em sua verdadeira realidade."
Como é citado no texto “A outra concepção é que a criança é naturalmente boa e que, para educá-la, basta sustentar e apoiar seu desenvolvimento.” Crianças são puras, elas são capazes de criar a sua própria cultura, mais temos a escola que é um dos meios aonde elas aprendem suas respectivas culturas; cada criança tem o melhor dentro de si, por mais que não são importantes economicamente, podem sim ser importantes socialmente.
Temos que nos dedicar a ouvir mais as crianças, podemos aprender muito com elas.

Ludimila Yamada Nº 27 - 3º F disse...

Alguns estudiosos consideram as crianças imorais e irracionais, o que os levam a acreditar que devem ser submetidas a processos de educação e construção social conforme estabelece a sociedade, mas há controvérsias, Manuel Jacinto Sarmento, diz que as crianças antes de tudo devem ser estudadas no seu modo ainda “bruto” antes de serem lapidadas por valores culturais impostos por uma organização maior. Ele ressalta a necessidade desses estudos, pois afirma que crianças podem ser diferentes uma das outras, com construções próprias diferentes, daí surge a necessidade de serem observadas minuciosamente e ouvidas.
Algumas crianças criam mecanismos de defesa contra alguns processos de inserção social, como por exemplo, quando estão na escola, elas se emancipam iniciando precocemente uma vida parcialmente adulta e abandonam essa instituição, um fator importante para reforçar a necessidade de serem ouvidas, já que são os adultos que definem o que devem estudar e como devem ser o mecanismo de educação.