Podemos definir identidade
cultural como o conjunto de crenças, valores e modos de agir e pensar de um
grupo social ou sociedade. Todas as sociedades, por mais simples que seja sua
organização, possui uma cultura. Quando uma criança nasce, ela já é
automaticamente inserida em algum contexto cultural, assim, quando crescer ela
assumirá a identidade cultural do meio em que vive.
Existem muitos traços culturais presentes na identidade cultural de alguém que permite identificar, por exemplo, sua origem. Imagine que uma mulher mulata está sambando em uma festividade em Nova York. Quando as pessoas olharem para ela, qual nacionalidade normalmente vai vir na mente daquelas pessoas? Brasileira, com certeza, já que o samba faz parte da nossa identidade cultural. É a identidade cultural que desenvolve nos indivíduos o sentimento de pertencimento a uma comunidade, sociedade e nação.
Existem muitos traços culturais presentes na identidade cultural de alguém que permite identificar, por exemplo, sua origem. Imagine que uma mulher mulata está sambando em uma festividade em Nova York. Quando as pessoas olharem para ela, qual nacionalidade normalmente vai vir na mente daquelas pessoas? Brasileira, com certeza, já que o samba faz parte da nossa identidade cultural. É a identidade cultural que desenvolve nos indivíduos o sentimento de pertencimento a uma comunidade, sociedade e nação.
Socialização
“O processo pelo qual as crianças, ou outros novos
membros da sociedade, aprendem o modo de vida de sua sociedade é chamado de socialização.
A socialização é o principal canal para a transmissão da cultura através do
tempo e das gerações.
Os animais que estão mais abaixo na escala
evolutiva são capazes de se defender logo depois de terem nascido, com pouca ou
nenhuma ajuda dos adultos. Os animais mais acima na escala, contudo têm que
aprender formas apropriadas de comportamento – os jovens são, com frequência,
completamente indefesos no nascimento e têm que ser cuidados pelos mais velhos.
As crianças humanas são as mais indefesas de todas; uma criança humana não pode
sobreviver sem ajuda pelo menos durante os primeiros quatro ou cinco anos de
vida. A socialização, portanto, é o processo por meio do qual a criança
indefesa gradualmente se torna uma pessoa autoconsciente e instruída, hábil nos
modos da cultura na qual ela nasceu. A socialização não é um tipo de
“programação cultural”, em que a criança absorve passivamente as influências
com as quais ela entra em contato. Mesmo os recém-nascidos têm necessidades e
exigências que afetam o comportamento daqueles responsáveis pelo seu cuidado: a
criança é, desde o início, um ser ativo.” ... “Os cuidados dos pais comumente
ligam as atividades dos adultos às crianças para o restantes de suas vidas. As
pessoas mais velhas, é claro, permanecem pais quando se tornam avós, produzindo
então outro conjunto de relações, ligando diferentes gerações umas com as
outras. A socialização, portanto, deveria ser vista como um processo que dura a
vida inteira , em que o comportamento humano é continuamente modelado pelas
interações sociais. Ela permite que os indivíduos desenvolvam a si mesmos e a
seu potencial, a aprender e a fazer ajustes.” ... “Os agentes de
socialização são grupos ou contextos sociais em que ocorrem processos
significativos de socialização. A socialização primária ocorre na primeira
infância e na infância é o mais intenso período de aprendizagem cultural. É o
tempo em que as crianças aprendem a língua e os padrões básicos de
comportamento que formam a base para o aprendizado posterior. A família é o
principal agente de socialização durante essa fase. A socialização secundária
tem lugar mais tarde na infância e na maturidade. Nessa fase, outros agentes de
socialização assumem algumas das responsabilidades que antes eram da família.
As escolas, os grupos de iguais, as organizações, a mídia e finalmente o lugar
de trabalho se tornam formas socializantes para os indivíduos. As interações sociais
nesses contextos ajudam as pessoas a aprenderem os valores, as normas e as
crenças que constituem os padrões de sua cultura.”
Papéis
sociais e Identidade
A socialização é o processo através do qual as
pessoas aprendem a sua cultura. Elas o fazem (1) adotando e abandonando uma
série de papéis e (2) tornando-se conscientes de si próprias enquanto interagem
com os outros.
“Através do processo de socialização, os indivíduos
aprendem sobre os papéis sociais – expectativas socialmente definidas que uma
pessoa segue numa dada posição social.” Entretanto, não se deve supor “que os
indivíduos simplesmente assumem papéis, mais do que os criam ou negociam. ...
eles não são simplesmente sujeitos passivos esperando para serem instruídos ou
programados. Os indivíduos passam a entender e a assumir papéis sociais por
meio de um processo progressivo de interação social.”
“O fato de que, do nascimento até a morte,
estejamos em interação com outros certamente condiciona nossas personalidades,
os valores que sustentamos e o comportamento em que nos engajamos. Além disso,
a socialização está também na origem de nossa própria individualidade e
liberdade. No decorrer da socialização, cada um de nós desenvolve um sentido de
identidade e a capacidade para o pensamento e a ação independentes. (...) De um
modo geral, a identidade se relaciona ao conjunto de compreensões que as
pessoas mantêm sobre quem elas são e sobre o que é significativo para elas.
(...) Algumas das principais fontes de identidade incluem gênero, orientação sexual,
nacionalidade ou etnicidade e classe social. (...) Dois tipos de identidade são
em geral mencionados pelos sociólogos: a identidade social e a auto-identidade
(ou identidade pessoal). Essas formas de identidade (...) são intimamente
relacionadas entre si. A identidade social refere-se às
características que são atribuídas a
um indivíduo pelos outros. (o católico, o sem-teto, a mãe, o asiático, o
casado...). Muitos indivíduos têm identidades sociais que compreendem mais do
que um atributo.” (por exemplo, uma mãe, engenheira, muçulmana e vereadora)
“Se as identidades sociais marcam as formas pelas
quais os indivíduos são “o mesmo” que os outros, a auto-identidade (ou
identidade pessoal) nos separa como indivíduos distintos. A auto-identidade se
refere ao processo de autodesenvolvimento através do qual formulamos um sentido
único de nós mesmos e de nossa relação com o mundo à nossa volta. (...) É a
negociação constante do indivíduo com o mundo exterior que ajuda a criar e a
moldar seu sentido de si mesmo.”
“ Os processos de crescimento urbano, de
industrialização e o colapso de formações sociais antigas enfraqueceram o
impacto de regras e de convenções herdadas. Os indivíduos se tornaram social e
geograficamente móveis. Isso libertou as pessoas das comunidades relativamente
homogêneas e estreitamente interligadas do passado, nas quais os padrões eram
transmitidos de um modo fixo de geração a geração.”
“No mundo atual, temos oportunidades sem
precedentes de moldar a nós mesmos e de criar nossas próprias identidades.
(...) Por meio de nossa capacidade como seres humanos autoconscientes,
constantemente criamos e recriamos nossas identidades.”
O
que é identidade cultural?
A
identidade cultural é vista como uma forma de identidade coletiva
característica de um grupo social que partilha as mesmas atitudes. Está apoiada
num passado com um ideal coletivo projetado e se fixa como uma construção
social estabelecida e faz os indivíduos se sentirem mais próximos e
semelhantes. É ela responsável pela identificação e diferenciação dos diversos
indivíduos de uma sociedade, sendo está comparada em diversas escalas. A
identidade cultural de determinado povo está intimamente ligada à memória
deste, mas não pode ser vista como sendo um conjunto de valores fixos e
imutáveis que definem o indivíduo e a coletividade a qual ele faz parte. Faz
parte do processo de sobrevivência das sociedades a incorporação de elementos
novos e isso é o que as mantêm ao longo do tempo.
Identidade
cultural é um sistema de representação das relações entre indivíduos e grupos,
que envolve o compartilhamento de patrimônios comuns como a língua, a religião,
as artes, o trabalho, os esportes, as festas, entre outros. É um processo
dinâmico, de construção continuada, que se alimenta de várias fontes no tempo e
no espaço. Como conseqüência do processo de globalização, as identidades
culturais não apresentam hoje contornos nítidos e estão inseridas numa dinâmica
cultural fluida e móvel.A globalização é uma nova e intensa configuração do
globo, a resultante do novo ciclo de expansão do capitalismo não apenas como
modo de produção mas como processo civilizatório de alcance mundial, abrangendo
a totalidade do planeta de forma complexa e contraditória. O Estado-nação,
símbolo da modernidade, entra em declínio. Como consequência, os mapas
culturais já não coincidem com as fronteiras nacionais, fato acelerado pela
intensificação das redes de comunicação que atingem os sujeitos de forma direta
ou indireta. Grandes conceitos que informavam a construção das identidades culturais,
como nação, território, povo, comunidade, entre outros, e que lhe davam
substância, perderam vigor em favor de conceitos mais flexíveis, relacionais.
Segundo Teixeira Coelho, as identidades, que eram achadas ou outorgadas,
passaram a ser construídas. As identidades, que eram definitivas, tornaram-se
temporáriasi. A diversidade cultural que o mundo apresenta hoje, as múltiplas e
flutuantes identidades em processo contínuo de construção, a defesa do
fragmentário, das parcialidades e das diferenças, trouxeram, como corolário,
uma volatilidade das identidades que se inscrevem em uma outra lógica: da
lógica da identidade para a lógica da identificação. Da estabilidade e
segurança garantidas pelas identidades rígidas, à impermanência, mutabilidade e
fluidez da identificação. Não é mais possível fechar em torno de uma só questão
as referências da prática individual e coletiva, e as dimensões em que se
situam, constantemente superpõem-se em vários estratos vacilantes, ressalta
Tício Escobarii.O que se impõe hoje, a partir da noção contingente,
contextualizada e relacional da identidade, é garantir que a multiplicidade e a
diversidade sejam preservadas, que a cultura, como uma longa conversa entre
partes distintas, permita que convivam sujeitos dos mais diferentes matizes. Em
vez disso, quando a cultura local parece esgarçar-se como conseqüência da
globalização, a afirmação de identidades duras parece funcionar, para muitos
sujeitos, como elemento apaziguador que busca deter e solidificar a fluidez
característica da época atual. Verificam-se, então, manifestações extremadas,
em que nacionalismos, fundamentalismos, xenofobias, preconceitos, são
ressuscitados e lutas sem fim são travadas em nome da preservação de
identidades.Por outro lado, a defesa da preservação de identidades rígidas,
muitas vezes, colide com valores tidos como universais e estabelecidos, que
ferem a dignidade humana, como a subordinação da mulher em diferentes culturas,
a circuncisão feminina, o cerceamento da liberdade individual, entre outros. O
que se aponta aqui é o conflito entre a proteção de identidades e culturas
locais e os direitos humanos universais, questão que contrapõe universalistas e
relativistas culturais.A diversidade cultural e as expressões dessa diversidade
devem ser buscadas e garantidas, tendo como norte o fato de que a cultura é
sempre dinâmica, móvel. Preservar o diverso ante o impacto avassalador de um
mundo globalizado, citando novamente Tício Escobar, é um grande desafio que
devemos enfrentar. Desde o surgimento do homem, após o agrupamento do mesmo e o
convívio social, uma troca de experiências e reciprocidade foi estabelecida.
Todo o conjunto de conhecimentos e modos de agir e pensar dá origem à cultura,
toda sociedade tem a sua, pois não existe sociedade sem cultura, independentemente
do lugar. Um recém nascido em seus primeiros minutos já começa, de certa
maneira, a se socializar, pois existem várias pessoas ao seu redor criando uma
relação social e cultural, quando estiver falando ou aprendendo a falar ele vai
adquirir uma língua que é sem dúvida uma herança cultural, sem contar o seu
modo de vestir que vai variar conforme o país, a alimentação, os rituais entre
outros. A identidade cultural caracteriza as pessoas pelo modo de agir, de
falar, é como se as “rotulasse” a partir dos modos específicos de sua cultura.
A cultura é fruto da miscigenação de diferentes povos que introduziram seus
hábitos e costumes, com o contato de uma cultura e outra, pode gerar uma
cultura ainda mais diferente. A identidade cultural move os sentimentos, os
valores, o folclore e uma infinidade de itens impregnados nas mais variadas
sociedades do mundo, e apresenta o reflexo da convivência humana.
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