Contracultura: o exemplo dos hippies
Hippies
«No final
da década de 1960 surgiu uma extensa subcultura nos EUA composta de jovens
motivados por uma sociedade que julgavam muito materialista e tecnológica. Esse
grupo incluía basicamente radicias políticos e “hippies” que tinham
“abandonado” as instituições sociais dominantes. Esses jovens, homens e
mulheres, rejeitavam a pressão para se acumular cada vez mais carros, casas
cada vez maiores e um conjunto sem fim de bens materiais. Expressavam, em
contrapartida, o desejo de viver em uma cultura baseada em valores mais
humanos, dividindo amor e vivendo em harmonia com a natureza. Politicamente,
essa subcultura se opôs ao envolvimento dos EUA na guerra do Vietname e pregou
a resistência ao alistamento militar obrigatório.
Quando
uma subcultura se opõe de maneira clara e deliberada contra certos aspectos da
cultura maior, ela é chamada de contracultura. As contraculturas, em geral,
surgem entre os jovens, que fizeram até ao momento o menor investimento na
cultura existente. Na maioria dos casos, um jovem de 20 anos pode se ajustar a
novos padrões culturais mais facilmente do que alguém que já viveu 60 anos
seguindo os padrões da cultura dominante.»
Introdução
Surgida
nos Estados Unidos na década de 1960, a contracultura pode ser entendida como
um movimento de contestação de caráter social e cultural. Nasceu e ganhou
força, principalmente entre os jovens desta década, seguindo pelas décadas
posteriores até os dias atuais.
De um modo geral, podemos citar como características principais deste movimento, nas décadas de 1960 e 1970:
- valorização da natureza;
- vida comunitária;
- luta pela paz (contra as guerras, conflitos e qualquer tipo de repressão);
- vegetarianismo: busca de uma alimentação natural;
- respeito às minorias raciais e culturais;
- experiência com drogas psicodélicas,
- liberdade nos relacionamentos sexuais e amorosos,
- anticonsumismo
- aproximação das práticas religiosas orientais, principalmente do budismo;
- crítica aos meios de comunicação de massa como, por exemplo, a televisão;
- discordância com os princípios do capitalismo e economia de mercado
Os precursores da revolução contracultural foram os chamados beatniks, cuja característica mais importante foi o inconformismo com a realidade do começo da década de 1960. Os líderes do movimento beatnik, que serviu de base para o movimento hippie, foram Jack Kerouac, Allen Ginsberg e William Burroughs.
Na segunda metade dos anos 60, Ken Kesey, Alan Watts, Timothy Leary e Norman Brown criaram a teoria e práxis contracultural, ganhando destaque e transformando-se nas lideranças do movimento.
Com relação ao mundo musical, podemos citar a cantora Janis Joplin como o símbolo deste movimento na década de 1960. As letras de suas canções e seu estilo fugiam do convencional, criticando, muitas vezes, o padrão musical estabelecido pela cultura de massa. Os músicos Jim Morrison e Jimi Rendrix também se encaixam neste contexto cultural.
Atualmente a contracultura ainda vive, porém esta preservada em pequenos grupos sociais e artísticos que contestam alguns parâmetros estabelecidos pelo mercado cultural, governos e movimentos tradicionalistas.
CONTRACULTURA
Contracultura
A contracultura é um movimento que tem seu
auge na década de 60, quando
teve lugar um estilo de mobilização e contestação sociais e com ele
novas meios de comunicação em massa. Jovens inovando estilos, voltando-se mais
para o anti-social aos olhos das famílias mais conservadoras, com um
espírito mais libertário, resumindo como uma cultura alternativa ou cultura marginal, focada principalmente nas
transformações da consciência, dos valores e do comportamento, na busca de outros espaços e
novos canais de expressão para o indivíduo e pequenas realidades do cotidiano.
Surgiu então a contracultura que pode ser definida como um ideário alternador
que questiona valores centrais vigentes e instituídos na cultura ocidental. Justamente por causa
disso, são pessoas que costumam se excluir socialmente e alguns se negam a se
adaptarem as visões aceitas pelo mundo. Com o vultoso crescimento dos meios de
comunicação, a difusão de normas, valores, gostos e padrões de comportamento se
libertavam das amarras tradicionais e locais como a religiosa e a familiar,
ganhando uma dimensão mais universal e aproximando a juventude de todo o globo, de uma maior
integração cultural e humana. A contracultura desenvolveu-se na América Latina, Europa e principalmente nos EUA
onde as pessoas buscavam valores novos. Na década de 1950 surgiu nos Estados Unidos um
dos primeiros movimentos da contra cultura: a Beat Generation (Geração Beat). Os Beatniks eram
jovens intelectuais que contestavam o consumismo e o otimismo do pós-guerra
americano, o anticomunismo generalizado e a falta de pensamento crítico.
Na década de 1960 o mundo conheceu o principal
e mais influente movimento de contra cultura já existente, o movimento Hippie. Os hippies se opunham radicalmente
aos valores culturais considerados importantes na sociedade: o trabalho, o
patriotismo e nacionalismo, a ascensão social e até mesmo a "estética
padrão". O principal marco histórico da cultura "hippie" foi
o "Woodstock," um grande festival
ocorrido no estado de Nova Iorque em 1969, que contou com a participação de
artistas de diversos estilos musicais, como o folk, o "rock'n'roll" e
o blues, todos esses de alguma forma ligados às críticas e à contestação do
movimento.
“De um lado, o termo contracultura pode se referir
ao conjunto de movimentos de rebelião da juventude que marcaram os anos
60: o movimento hippie, a música rock,
uma certa movimentação nas universidades,
viagens de mochila, drogas e assim por diante. Trata-se, então,
de um fenômeno datado e situado historicamente e que, embora muito próximo de
nós, já faz parte do passado”. “De outro lado, o mesmo termo pode também se
referir a alguma coisa mais geral, mais abstrata, um certo espírito, um certo
modo de contestação, de enfrentamento diante da ordem vigente, de caráter
profundamente radical e bastante estranho às forças mais tradicionais de
oposição a esta mesma ordem dominante. Um tipo de crítica anárquica – esta
parece ser a palavra-chave – que, de certa maneira, ‘rompe com as regras do
jogo’ em termos de modo de se fazer oposição a uma determinada situação. Uma
contracultura, entendida assim, reaparece de tempos em tempos, em diferentes
épocas e situações, e costuma ter um papel fortemente revigorador da crítica
social.”
A partir de todos esses fatos era difícil
ignorar-se a contracultura como forma de contestação radical, pois rompia com
praticamente todos os hábitos consagrados de pensamentos e comportamentos da
cultura dominante, surgindo inicialmente na imprensa foi ganhando espaço no sentido de
lançar rótulos ou modismos. É vital a importância dos meios de comunicação de
massa para configurar a contracultura: “pela primeira vez, os sentimentos de
rebeldia, insatisfação e busca que caracterizam o processo de transição para a
maturidade encontram ressonância nos meios de comunicação”.
O que marcava a nova onda de protestos desta
cultura que começava a tomar conta, principalmente, da sociedade americana era
o seu caráter de não-violência, por tudo que conseguiu expressar, por todo o
envolvimento social que conseguiu provocar, é um fenômeno verdadeiramente
cultural. Constituindo-se num dos principais veículos da nova cultura que
explodia em pleno coração das sociedades industriais avançadas. O discurso
crítico que o movimento estudantil internacional elaborou ao longo dos anos 60
visava não apenas as contradições da sociedade capitalista, mas também aquelas de uma
sociedade industrial capitalista, tecnocrática, nas suas manifestações mais
simples e corriqueiras. Neste período a contracultura teve seu lugar de
importância, não apenas pelo poder de mobilização, mas principalmente, pela
natureza de idéias que colocou em circulação, pelo modo como as veiculou e pelo
espaço de intervenção crítica que abriu.
Por contracultura, segundo pode-se entender duas
representações até certo ponto diferentes, ainda que muito ligadas entre si:
Finalmente, esta ruptura ideológica do establishment, a que se convencionou
chamar de contracultura, modificou inexoravelmente o modo de vida ocidental,
seja na esfera social, com a gênese do Movimento pelos Direitos Civis; no âmbito
musical, com o surgimento de gêneros musicais e organização de festivais; e na
área política, como os infindos protestos
desencadeados pela beligerância ianque. Pode-se citar
ainda o movimento estudantil Maio de 68,
ocorrido na França, além da Primavera de Praga,
sucedida na Tchecoslováquia
no mesmo ano. É difícil negar que a contracultura seja a última pelo menos até
agora grande utopia radical de transformação social que se originou no Ocidente.
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